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“Amor romântico em crise?” – Por Zenilce Bruno

Zenilce analisa questões da sexualidade. Foto: Arquivo Pessoal

Com o título “Amor romântico em crise?”, eis artigo de Zenile Bruno, psicóloga e sexóloga. “O amor verdadeiro quando buscado, nem sempre nos levará ao “felizes para sempre” e, mesmo se o fizer, é preciso que saibamos que amar dá trabalho, não é essa história perfeita e pronta dos contos de fadas”, expõe a articulista.

Confira:

A consciência da diferença entre o amor romântico e o amor genuíno já é o começo para uma mudança interior. É recomendado “se cercar” de conteúdos e de pessoas que ajudem a derrubar essas crenças enraizadas no amor romântico. A historiadora Silvana Silva enfatiza que para a construção de relacionamentos mais saudáveis é necessário aprender sobre o amor, um sentimento concreto embasado na realidade e que pode ser vivenciado de maneira íntegra pelos seres humanos.

Nossa cultura valoriza demais o amor como fantasia ou mito, mas não faz o mesmo em relação a arte de amar. O amor verdadeiro quando buscado, nem sempre nos levará ao “felizes para sempre” e, mesmo se o fizer, é preciso que saibamos que amar dá trabalho, não é essa história perfeita e pronta dos contos de fadas.

A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor de necessidade pelo amor de desejo. Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente. Com o avanço tecnológico que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficarem sozinhas, e aprendendo a conviverem melhor consigo mesmas. Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras. O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração. Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma, é apenas um companheiro de viagem.

A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado. Visa à aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades. Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva. A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso, ao contrário, dá dignidade à pessoa. As boas relações afetivas são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem.

Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado. Cada cérebro é único. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém. Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.

*Zenilce Bruno

Psicóloga e Sexóloga.

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

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