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“Ampliação da ação de facções no Ceará: a insegurança que se espalha até Jericoacoara”

César Wagner é ex-superintendente da Polícia Civil do Ceará

“É inaceitável que em pleno século XXI, áreas turísticas de renome mundial como Jericoacoara, que atraem turistas de diversas partes do planeta, ainda estejam à mercê da criminalidade”, aponta o ex-superintendente da Polícia Civil do Ceará, César Wagner

Confira:

A crescente ousadia das facções criminosas no Ceará, que agora se estende até para locais antes tidos como seguros, como a famosa praia de Jericoacoara, é um reflexo alarmante da ineficácia no combate ao crime organizado no estado. O recente assassinato de Henrique Márquez de Jesus, um jovem de 16 anos, durante suas férias no Ceará, expõe não apenas a vulnerabilidade de áreas turísticas, mas também a audácia de facções que desafiam o Estado em qualquer território.

Henrique foi sequestrado e brutalmente assassinado após, aparentemente, realizar um gesto que remete a símbolos usados ​​por criminosos rivais ao grupo dominante. A tragédia que abalou sua família e o Brasil ocorreu em uma praia que, teoricamente, deveria ser patrulhada e protegida, especialmente por ser um destino internacionalmente reconhecido. O que deveria ser um local de lazer e descanso se transformou em cenário de um crime brutal, envolvendo uma vítima inocente, e expõe a fragilidade da segurança pública no Ceará.

A imagem captada pela câmera de segurança mostra um momento aterrador, em que o jovem é arrebatado por sete criminosos, em uma área onde o policiamento deveria ser constante. O fato de Jericoacoara, uma das praias mais conhecidas e visitadas do estado, está tão exposto à ação de bandidos sem que haja uma resposta eficiente das autoridades é um sintoma de um problema maior: a expansão das facções criminosas, que agora não têm mais medo de atuar abertamente em qualquer lugar, desafiando a autoridade do Estado.

É inaceitável que em pleno século XXI, áreas turísticas de renome mundial como Jericoacoara, que atraem turistas de diversas partes do planeta, ainda estejam à mercê da criminalidade. A tragédia de Henrique Márquez é um reflexo do colapso da segurança pública no Ceará, onde o tráfico de drogas e a violência gerada por facções criminosas parecem não ter mais fronteiras. O governo estadual e as forças de segurança precisam revisar urgentemente suas estratégias, priorizando não apenas as grandes operações, mas também a presença constante e a prevenção em áreas de grande circulação de pessoas, antes que outras vidas se percam em ações criminosas tão brutais quanto esta. A vida de um jovem, que só queria aproveitar suas férias, não pode ser uma estatística a mais nesse cenário de violência desenfreada.

César Wagner é ex-superintendente da Polícia Civil do Ceará, ex-coordenador-geral da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (CIOPS), ex-diretor do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM), ex-diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI) e ex-delegado Titular da Delegacia de Combate ao Narcotráfico. Ex-secretário de Segurança de Aracati. Formado em Direito (Unifor) e especialista em Direito Processual Penal (Unifor). Comunicador, radialista, palestrante e consultor de empresas na área de prevenção de comportamentos irregulares

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

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