Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

As dicotomias da Segurança Pública do Ceará

Professor João Teles. Foto: Reprodução

No último dia 03.06.24, o jornalista e pesquisador Ricardo Moura abordou, em sua página no Twitter sobre a troca de comando na Secretaria de Segurança Pública ( SSPDS), algo que mexeu com as estruturas da Instituição e foi, claro, registrado pela imprensa local. Segundo ele:

“Atribuir a saída de Samuel Elânio, do cargo, somente por causa dos maus índices de criminalidade, é contar a história, pela metade. Há uma crise na PM, que precisa ser encarada. Como toda instituição, que se baseia em hierarquia e disciplina, os problemas começam pelo topo.”

O especialista expõe, claro, de toda a problemática de uma instituição que abriga pessoas, interesses e problemas, muitos deles, acumulados. Mais à frente, em sua percuciente discussão, diz o citado profissional da análise do cotidiano:

“Há um estrangulamento no oficialato, com militares que não se aposentam, emperrando a ascensão. ‘É como se estivéssemos em uma fila, mas a fila não anda. E quem está nessa, espera, torce para que haja crise, que o comandante caia e ele possa assumir!’, me conta um PM.”

Olha a complexidade disso: interesses e mais interesses, incluindo a queda de oficiais do comando, algo que pode ser considerado normal, num coletivo, que abriga pessoas, gente, cidadãos.

E para concluir a abordagem do nosso destacado pesquisador, cito outra parte de sua análise que vem contribuir para que a possamos entender melhor o que ocorre no âmbito da SSPDS:

“A corporação enfrenta ainda uma série de dicotomias graves, que minam a atividade policial: Raio, versus policiamento ostensivo e os PMs de rua, versus os PMs de gabinete: ‘Quem está na base, incomoda-se, com determinados tipos de cobrança, de alguém que nunca esteve nas ruas!’
Como dá pra ver: quem está na linha de frente, sobre por conta dos reveses, de uma profissão tão difícil, tão espinhosa!

Fazer segurança pública não é fácil; o uso de drogas agiganta-se, no seio da sociedade, trazendo consigo dramas antigos e novos. As autoridades são cobradas, o que é normal, em uma democracia, e, às vezes, parecem ficar meio zonzas, diante de tantos nós, para desatar.

É… complicado!

*João Teles de Aguiar

Graduado em História pela Universidade Estadual do Ceará.

COMPARTILHE:
Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram
Email

Respostas de 3

  1. Parabéns pelo teu artigo, amigo João Teles! Abordaste, com propriedade, a problemática da segurança pública.

  2. João Teles, parabéns pelo artigo! Análise perfeita da Segurança Pública do Ceará, que não deve ser muito diferente da situação dos demais estados brasileiros. São problemas acumulados ao longo de décadas, extremamente agravados pelo aumento vertiginoso do tráfico de drogas, juntamente com o surgimento das facções criminosas em todos os municípios cearenses. As condições sociais precárias facilita o aliciamento de pessoas miseráveis e sem acesso a uma Educação inclusiva. Soma-se a isso as leis frouxas, que permitem a soltura de presos no mesmo dia da ocorrência. É inacreditável a situação de inúmeros bairros e localidades onde quem manda são as facções criminosas e o Estado simplesmente se omite, fingindo que não sabe de nada. Até quando vamos esperar que Deputados e Senadores modifiquem essas leis e cobrem providências sérias à Justiça e às autoridades responsáveis pela Segurança Pública? Ninguém está protegido contra essa onda de violência. Nem mesmo eles.

Mais Notícias