“É mais uma publicação pseudo-pedagógica patrocinada pelo dinheiro público, que serve somente para criar constrangimento e atiçar o ódio nas pessoas de cor contra os demais da comunidade”, aponta a médica e deputada estadual Silvana Oliveira
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A ninguém é dado desconhecer que vivemos sob um clima de “guerra cultural”, acirrado processo de debates e conflitos em torno de valores, crenças e práticas culturais. Nesse contexto, os cristãos têm sido alvo de agressões variadas, sobretudo por intermédio de artifícios que usam a linguagem para desconstruir valores cristãos e a própria história do Senhor Jesus e do povo de Deus.
No Ceará, a Secretaria de Educação do governo do PT tem insistido em inserir no material pedagógico distribuído nas escolas públicas, informações e conceitos que, de forma sutil – às vezes claramente – intentam desmerecer a fé dos cristãos, imputando‐lhes desvios de condutas não compatíveis com os valores pregados por Jesus, o Cristo de Deus; nem adotadas por aqueles que o seguem ao longo da história do Cristianismo. Tal é o caso do racismo, mais uma vez objeto de debate na Assembleia Legislativa, em razão de outra publicação que traz a chancela da Secretaria de Educação do Estado do Ceará. A primeira foi uma cartilha, que a título de combater o racismo, apresentava textos eivados de conteúdos ideológicos de baixa qualidade literária e pedagogia de botequim, contendo palavras de baixo calão, a qual, ao contrário do que dizia se propor, estimulava o ódio entre etnias num claro exercício de guerra cultural.
Agora, a Secretaria de Educação do Ceará distribui um calendário com um título icônico: “Educação para as Relações Étnico‐raciais e Semana da Consciência Negra – OrientAÇÕES”. Trata-se de uma publicação de caráter identitário, militante, dito auto-afirmativo, cheio de erros conceituais, a destilar ódio contra brancos, estimulando, destarte, uma guerra que não existiria se não fosse incentivada por quem menos deveria fazê-lo, ou seja, a escola. E que não geraria nenhum problema se não ousasse desconstruir a história ao colocar os cristãos na vala comum daqueles que fizeram do racismo um meio de vida. É mais uma publicação pseudo-pedagógica patrocinada pelo dinheiro público, que serve somente para criar constrangimento e atiçar o ódio nas pessoas de cor contra os demais da comunidade.
Antes de distorcer a história e citar o Cristianismo como protagonista do racismo, a senhora secretária de Educação deveria ler o mínimo necessário sobre a imensa contribuição da Igreja cristã na formação humanística dos povos, desde os tempos do Antigo Testamento. Uma rápida leitura dos textos bíblicos dar-lhe‐á a verdadeira visão dos ensinamentos do Cristo, que não faz acepção de pessoas (Atos, 10.34-35). Isto quer dizer que o Senhor Jesus não faz distinção entre os seres humanos em face de sua origem ou cor.
A senhora secretária de Educação do Ceará e os pedagogos que lhe prestam assessoria deveriam saber que o Senhor Jesus é um parâmetro de defensor da igualdade e da justiça social, e seus ensinamentos são contrários ao racismo e a todo tipo de discriminação. Ele é o símbolo maior de amor ao próximo. Jesus ensinou que amar o próximo como a si mesmo é um mandamento fundamental (Mateus 22.37-40. Enfatizou que todas as pessoas são iguais diante de Deus, independentemente de sua origem ou status social (Mateus 22.37-40). O Mestre condenou a discriminação e a exclusão, especialmente em relação aos marginalizados e oprimidos (Lucas 4:18-19). Jesus deu exemplo concreto daquilo que pregava, como em seu relacionamento positivo com os samaritanos, por exemplo, que eram considerados com restrições pela sociedade judaica da época (João 4:1-42) Jesus curou escravos e outros marginalizados, demonstrando sua compaixão e igualdade (Mateus 8:5-13).E sem qualquer interesse político ou econômico, ele sim, defendeu os pobres e marginalizados, e criticou aqueles que os oprimiam (Mateus 25:31-46).
Por final, vale contar a história da conversão do eunuco etíope, certamente um negro. E, talvez, homossexual. Como Cristo ensinou há três tipos de eunucos. Um deles é o homossexual. O etíope pode ter sido também homossexual. O episódio mostra como age o Espírito Santo para demonstrar o amor de Jesus por todas as pessoas. O texto pode ser lido no Livro de Atos, capítulo 8, versículos 26 a 39. Leiamos: “O anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te, e vai para o lado do sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, que está deserta.
27 E levantou-se, e foi; e eis que um homem etíope, eunuco, mordomo-mor de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todos os seus tesouros, e tinha ido a Jerusalém para adoração,
28 Regressava e, assentado no seu carro, lia o profeta Isaías.
29 E disse o Espírito a Filipe: Chega-te, e ajunta-te a esse carro.
30 E, correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías, e disse: Entendes tu o que lês?
31 E ele disse: Como poderei entender, se alguém não me ensinar? E rogou a Filipe que subisse e com ele se assentasse.
32 E o lugar da Escritura que lia era este: Foi levado como a ovelha para o matadouro; e, como está mudo o cordeiro diante do que o tosquia, assim não abriu a sua boca.
33 Na sua humilhação foi tirado o seu julgamento; e quem contará a sua geração? Porque a sua vida é tirada da terra.
34 E, respondendo o eunuco a Filipe, disse: Rogo-te, de quem diz isto o profeta? De si mesmo, ou de algum outro?
35 Então Filipe, abrindo a sua boca, e começando nesta Escritura, lhe anunciou a Jesus.
36 E, indo eles caminhando, chegaram a uma certa água, e disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que eu seja batizado?
37 E disse Filipe: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus.
38 E mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e o batizou.
39 E, quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, e não o viu mais o eunuco; e, jubiloso, continuou o seu caminho.” Não existe melhor exemplo para se demonstrar como agem os cristãos em face de pessoas discriminadas.
Portanto, imputar antirracismo a brancos e cristãos de forma generalizada constitui uma atitude irresponsável, inconsequente e claramente anticristã.
Silvana Oliveira é médica e deputada estadual
Uma resposta
Na ALECE estão sem pauta? É isso mesmo? Ou no CE, não tem problemas (mais) graves?