“Até amanhã” – Por Totonho Laprovítera

Totonho Laprovítera é arquiteto e escritor. Foto: Reprodução

Com o título “Até amanhã”, eis mais um conto da lavra de Totonho Laprovitera, arquiteto urbanista, escritor e artista plástico.

Confira:

Guardo essas duas breves histórias contadas pelo saudoso Aymar Martins – já em outras dimensões.

No bar Caribe, na Varjota, Chico Pio pediu emprestado seu telefone celular e ligou – no viva-voz – para Amaro Penna:

-Alô, Peninha, é o Chico.
-Diz – respondeu.
-Peninha, tô precisando de 500 reais.
-Até quando, Chico?
-Até amanhã.
-Até amanhã, Chico. Fica com Deus – e desligou.

O Aymar também contava o seguinte ocorrido, quando tinha o restaurante Don Victor, na Beira Mar.

Certa vez, ele observava o movimento da casa quando um elegante casal de biotipo sulista se sentou à mesa.

De olho no atendimento, Aymar viu o garçom chegar com um champanhe e fazer a tradicional apresentação.

Segurando a garrafa envolta num bem dobrado guardanapo de linho, o simpático garçom mostrava o rótulo com cerimônia – mas o cliente, confuso, apenas balançava a cabeça.

Aymar, então, não teve dúvidas e interveio:

-Pois não, senhor, em que posso ajudar?
-Por favor, não estou entendendo o “papoco ou não papoco?”.
-Ele está perguntando se o senhor aprova a bebida, meu amigo. Basta dizer “sim” que ele estoura a rolha. Ou “não”, que ele recua com elegância.

Essas são apenas duas breves histórias que coleciono do saudoso amigo Aymar – sempre atento, sempre espirituoso, mestre do bom humor e da gentileza.

*Totonho Laprovitera

Arquiteto urbanista, escritor e artista plástico.

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