Com o título “Austeridade ou Prosperidade?”, eis artigo de Marcos C. Holanda, engenheiro, PhD em Economia e ex-presidente do Banco do Nordeste. “A narrativa que usa o termo austeridade para confundir a população e proteger privilégios não funciona mais. Bolívia e Argentina são exemplos mais recentes”, expõe o articulista.
Confira:
Qual a mensagem que a significativa vitória do presidente Milei da Argentina pode passar para o Brasil e Ceará? Para aqueles que confundem ideologia com economia e defendem corporativismos que protegem privilégios injustificáveis a mensagem de austeridade seria a receita certa para uma grande derrota do presidente.
Erraram feio porque não entenderam que a verdadeira mensagem era de prosperidade e não de austeridade. Uma agenda de liberdade econômica, de redução de regulação, de redução de impostos, de combate a privilégios corporativistas, de um estado eficiente e efetivo foi percebida como o caminho certo para tirar a Argentina de sua trajetória já centenária de empobrecimento.
A narrativa que usa o termo austeridade para confundir a população e proteger privilégios não funciona mais. Bolívia e Argentina são exemplos mais recentes.
O caminho da prosperidade é simples e direto. Um governo focado nos mais pobres e não nas corporações poderosas do setor público e privado. Com menos necessidade de arrecadar e com isso capaz de reduzir impostos. Regulador do setor privado, mas não limitador de sua dinâmica de funcionamento. Uma economia baseada no mérito e na competição onde o inovador é premiado e o parasita penalisado. Uma economia que se adapta e toma proveito das novas tecnologias e não que insisti em viver no passado.
No Ceará de hoje temos uma agenda de prosperidade? Os gastos do governo com a manutenção de uma estrutura enorme e inefetiva estão aumentando ou diminuindo? Os impostos estão sendo reduzidos ou só crescem? Os benefícios fiscais vão para aqueles setores que mais impactam a economia ou para os amigos? O uso dos recursos públicos tem indícios de corrupção ou são baseados na integridade? Os gastos crescentes com segurança, saúde e educação estão gerando resultados de melhoria da vida da população? Nossas vantagens comparativas estão sendo planejadas para beneficiar a economia local ou apenas grupos empresariais bem articulados?
Precisamos de um novo caminho, de uma nova estratégia e perspectiva que nos leve a prosperidade.
*Marcos C. Holanda
Engenheiro, PhD em Economia e ex-presidente do Banco do Nordeste.