No apontar de fim de um exaustivo nove minutos de acréscimos, o VAR apontou na ponta direita, na ponta do limite do campo, a ponta da ponta de uma chuteira para apontar a marca do pênalti para não deixar o Vozão pontuar e tirar o Bahia da ponta debaixo da tabela.
O poema “A Ponta”, de improviso do Blogdoeliomar, mas não menos criativo que “A Pedra (No meio do caminho), do mineiro Drummond, resume o que foi a vitória do Bahia sobre o Ceará, por 1 a 0, na noite desta segunda-feira (21), na Fonte Nova, no fechamento da quinta rodada do Brasileirão.
O gol foi marcado aos 14 minutos dos acréscimos do segundo tempo (não, não existe uma terceira etapa), em cobrança de pênalti de Éverton Ribeiro, após o VAR acusar um pênalti do defensor alvinegro Pedro Henrique no atacante tricolor Tiago, quando a “pontinha da pontinha” da chuteira do defensor teria desequilibrado o atacante.
No mais, a partida mereceria ter ficado no 0 a 0, diante de um Erick Pulga desconfortável em jogar contra o seu ex-clube, um Éverton Ribeiro pouco criativo e um Pedro Raúl nada à vontade no isolamento do ataque, apesar da vontade. O grande lance foi o chute do moleque Ruan Pablo (não confundir com o argentino Juan Pablo), para a grande defesa de Fernando Miguel.
O Ceará volta a campo na noite do sábado (26), no Castelão, contra o São Paulo.
Para aqueles que não gostaram da comparação dos poemas “A Ponta” com “A Pedra”, há de se considerar que o poeta mineiro tinha outras atividades, a exemplo de farmacêutico e contista, além de representante do movimento cultural Modernismo. Mas dá para sugerir uma modernidade no poema de Drummond:
No meio do caminho tinha o VAR
tinha o VAR no meio do caminho
tinha o VAR
no meio do caminho tinha o VAR.