“Bioinsumos e Segurança Alimentar” – Por Nizomar Falcão

Nizomar Falcão é PhD e engenheiro agrônomo. Foto: Arquivo Pessoal
Com o título “Bioinsumos e Segurança Alimentar”, eis artigo de Nizomar Falcão, engenheiro agrônomo da Ematerce. “Os bioinsumos trazem benefícios que vão muito além da simples substituição de produtos químicos. Eles impactam diretamente na saúde, economia e sustentabilidade, na justa medida em que promovem a redução de custos e dependência externa. Os bioinsumos significam menor custo de produção”, expõe o articulista.
Confira:
A agricultura ceearense padece de um atraso tecnológico, notadamente, no âmbito da agricultura, que faz com que, os agricultores familiares, estejam sujeitos a uma iminente exclusão social, sem precedentes. As mudanças climáticas estão promovendo profundas e graves conseqüências, no meio rural, em grande medida, pela inação do poder público.
Uma tecnologia que poderia ser valorizada, que traria benefícios tanto para as pessoas como para o ambiente, seria a adoção do uso de produtos biológicos na agricultura. Os bioinsumos representam uma revolução na agricultura e na segurança alimentar e nutricional, especialmente para a agricultura familiar e para a preservação dos ecossistemas.
Eles são produtos de base biológica — como microrganismos (bactérias, fungos), extratos vegetais, óleos essenciais e feromônios — utilizados para o manejo de pragas e doenças, nutrição de plantas e melhoria da saúde do solo. No contexto do Ceará, com seu clima semiárido e a predominância da agricultura familiar, os bioinsumos oferecem uma alternativa promissora e definitiva aos defensivos químicos sintéticos.
Os bioinsumos trazem benefícios que vão muito além da simples substituição de produtos químicos. Eles impactam diretamente na saúde, economia e sustentabilidade, na justa medida em que promovem a redução de custos e dependência externa. Os bioinsumos significam menor custo de produção. Em muitos casos, os bioinsumos podem ser produzidos na própria propriedade (produção on farm) ou adquiridos a preços mais acessíveis do que os agrotóxicos sintéticos, reduzindo significativamente os custos de produção.
Além dessa vantagem, ele significa “autonomia e conhecimento” para os produtores rurais, com fortalecimento da economia local e regional. A produção própria ou local de bioinsumos empodera o agricultor, que se torna menos dependente de grandes empresas e de insumos importados, além de promover um maior conhecimento dos processos biológicos.
Com a aprovação da lei de bioinsumos (Lei 15.070/24), no Brasil, que simplificou o registro para uso próprio e unidades on farm, possibilitou que a agricultura familiar possa acessar esses produtos.
Se já não fosse bastante, o uso de bioinsumos impacta diretamente a saúde dos agricultores e das suas famílias. A menor exposição dos trabalhadores rurais a produtos químicos, evidencia a importância, absoluta, do uso de bioinsumos.
Por outro lado, não há que se falar em segurança alimentar com o uso descontrolado de agrotóxicos.
*Nizomar Falcão
Engenheiro agrônomo da Ematerce.
COMPARTILHE:
Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram
Email
Mais Notícias