O presidente do Banco do Nordeste,Paulo Câmara, apresentou, nesta quinta-feira, em Brasília, todo o planejamento estratégico elaborado pela Insrtituição para incentivar a atração de investimentos em projetos de hidrogênio verde (H2V) nos próximos 25 anos. Segundo levantamento do BNB, há protocolos de intenção assinados entre investidores privados e governos estaduais nordestinos que preveem a instalação de 28,2 gigawatts de eletrólise. Juntos, esses parques industriais representam um investimento de 100 bilhões de dólares – equivalente a cerca de R$ 550 bilhões. Câmara deu as informações durante o evento CB Debate, realizado pelo Correio Braziliense e que abordou o tema “Hidrogênio Verde, o combustível do futuro”.
Segundo Paulo Câmara, a instituição já é conhecida por ter impulsionado a geração de energia limpa na região com financiamento de mais de R$ 35 bilhões nos últimos seis anos e está preparada para apoiar o H2V. “Temos convicção de que a próxima década será de projetos saindo do papel e teremos grandes empreendimentos que incluem H2V, combustível fundamental para o desenvolvimento sustentável. Estamos vendo o Governo Federal colocar na mesa fatores de execução para essa transição energética, como a Nova Indústria Brasil e o Novo PAC”, afirma.
Ainda segundo Câmara, o BNB precisará de mais recursos para apoiar essas iniciativas e por isso está captando novas fontes com parceiros como Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Banco Mundial (Bird), Novo Banco de Desenvolvimento (NDB na sigla em inglês), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e fundos soberanos.
Outro importante desafio que integra o planejamento do Banco do Nordeste, afirma Câmara, é incentivar o crescimento econômico do setor junto com distribuição de renda.
Para o diretor de Planejamento do BNB, José Aldemir Freire, a estratégia para reduzir as desigualdades regionais no Brasil é incorporar tecnologia nacional à indústria de energia renovável. “Temos dois grandes desafios que são a gente não virar apenas produtor de energia verde. Precisamos desenvolver e incorporar tecnologia local. E o outro é a gente ser capaz de que isso chegue às populações locais, que significa transformação social”, afirma.
De acordo com Ricardo Capelli, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o apoio ao hidrogênio verde está previsto nas missões centrais da Nova Indústria Brasil. “A sustentabilidade com transição energética para enfrentar esses fenômenos climáticos que estamos vendo está prevista no Plano Mais Produção, que prevê o investimento de R$ 342,5 bilhões em crédito”, afirma.