“Bonito: quando a natureza abraça a gente” – Por Claúdia Lordão

Cláudia Lordão é chefe do Cerimonial da UFC e Mestre em Políticas Públicas e Gestão da Educação Superior. Foto: Arquivo Pessoal

Com o título “Bonito: quando a natureza abraça a gente”, eis artigo de Cláudia Lordão, chefe do Cerimonial da Universidade Federal do Ceará. “Numa dessas conversas despretensiosas, perguntei a um morador: “Quem nasce em Bonito é o quê?”. Ele sorriu e respondeu sem titubear: “Lindo!”. Saí dali rindo, achando que talvez fosse essa a explicação: Bonito é um lugar que deixa a gente mais bonito por dentro”, expõe a articulista.

Confira:

Foram apenas quatro dias, mas a sensação é de ter vivido muito mais. A cidade de Bonito, no coração do Mato Grosso do Sul, um dos principais destinos do ecoturismo do Brasil, parece ter sido feita para quem busca se reconectar com a natureza, aproveitar o silêncio e, ao mesmo tempo, celebrar a simplicidade da vida.

Tomar banho de rio ali não é como em qualquer outro lugar. A água é tão cristalina que dá para nadar ao lado dos peixes, quase como se eles aceitassem nossa presença com uma certa curiosidade, mordiscando nossas pernas de leve. Em alguns momentos, eu me sentia parte daquele cenário, flutuando em meio a cores e movimentos suaves ao meu redor.

As cachoeiras são outro espetáculo à parte: o barulho e a força da água que cai, a energia que renova. Nas trilhas, cada passo era um convite para prestar atenção nos detalhes: uma folha diferente, árvores centenárias, o canto de um pássaro, plantas medicinais, a sombra fresca sob um sol forte e um “friozinho” de medo ao ver pegadas de onça no caminho, lembrando que estávamos apenas de passagem no território da natureza.

Os encontros com os animais foram um presente especial. Macacos-prego, danadinhos, curiosos e inteligentes, sempre roubando a cena com suas artes. E as araras, com seu colorido e presença serena, faziam parte da fauna que oferecia um espetáculo para receber os visitantes.

À noite, a cidadezinha mostrava seu outro lado: acolhedora, charmosa e vibrante. O ‘centrinho’ é daqueles lugares que convidam a andar sem pressa, explorar lojinhas de artesanato, escolher um barzinho ou restaurante e se deixar levar pelo clima descontraído. A culinária também surpreende: dos peixes típicos da região, com seus molhos exóticos, à famosa carne de jacaré, tudo vem com um tempero de novidade.

Numa dessas conversas despretensiosas, perguntei a um morador: “Quem nasce em Bonito é o quê?”. Ele sorriu e respondeu sem titubear: “Lindo!”. Saí dali rindo, achando que talvez fosse essa a explicação: Bonito é um lugar que deixa a gente mais bonito por dentro.

Bonito é assim: não é só destino de viagem, é um lugar onde a gente esquece do tempo e se lembra da vida. Dias intensos, mas ao mesmo tempo relaxantes. Voltei com a sensação de ter respirado fundo, de ter recarregado a alma. Revigorada!

*Cláudia Lordão

Chefe do Cerimonial da Universidade Federal do Ceará e Mestre em Políticas Públicas e Gestão da Educação Superior.

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