Com o título “Brasilidade”, eis artigo de Gonzaga Mota, professor aposentado da Universidade Federal do Ceará e ex-governador do Estado. “Fazendo-se uma analogia coma medicina, podemos dizer que o País se encontra na UTI, precisando de cuidados especiais para levá-lo ao quarto, e depois receber alta. Tudo compatível com uma “posologia” adequada. O desafio não é fácil”, expõe o articulista.
Confira:
Em qualquer atividade, seja pública ou privada, o bom senso, a sinceridade e a determinação permitem que as dificuldades e os obstáculos sejam superados. Dentro deste prisma de raciocínio, vivenciamos no Brasil momentos complicados envolvendo crises, conflitos e desajustes em vários segmentos, inclusive nos Poderes Constituídos, com consequências danosas, é claro, para a população em geral.
Fazendo-se uma analogia coma medicina, podemos dizer que o País se encontra na UTI, precisando de cuidados especiais para levá-lo ao quarto, e depois receber alta. Tudo compatível com uma
“posologia” adequada. O desafio não é fácil.
Abrange aspectos políticos, econômicos, sociais, éticos e morais. Reconhecemos ser fundamental, de um lado, a redução do desemprego, da inflação, o aumento do investimento, queda da taxa de juros, dos desníveis de renda e, de outro, melhores níveis de saúde, de educação (cognitiva e comportamental), de segurança, dentre vários pontos. Esse esforço, bem que poderia gerar um “pacto de desambição nacional”, priorizando a justiça, num sentido amplo, e combater a ganância, a falta de espírito público, a falta de liberdade e a corrupção.
Por sua vez, os formuladores das políticas, além da reação de determinados grupos cartoriais e corporativos, terão que lidar com variáveis exógenas, efeitos colaterais negativos e, muitas vezes, erros de avaliação. Ademais, é importante que as ações sejam eficientes, isto é, evidenciem uma menor relação custo/benefício.
Torna-se dispensável ressaltar que esse processo de recuperação nacional deva ocorrer de forma democrática e republicana, observando-se a Constituição.
Caso a Carta Magna não esteja atendendo às necessidades nacionais, não se pode afrontá-la, como disse o deputado Ulysses Guimarães, mas que se faça uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) compatível com os princípios republicanos e democráticos referidos.
P.S. – Conforme Ulysses Guimarães: “Traidor da Constituição é Traidor da Pátria”.
*Gonzaga Mota
Economista, professor aposentado da Universidade Federal do Ceará e ex-governador do Estado.