“Ao acreditar que tudo pode, pois tudo já fez, o agora vereador avança em suas atrocidades, ao estapear um servidor que nada pode fazer como forma de assegurar o emprego, além de intimidado por uma arma”, aponta o jornalista Nicolau Araújo
Confira:
Já passou de todos os limites o descaso do Ministério Público para com as atrocidades em Caucaia contra a população e os servidores municipais. Os promotores que mensalmente esmiuçavam contratos e ações da gestão anterior, agora relaxam na atual gestão, diante de casos gritantes de nepotismo, contratação de familiares de vereadores e cancelamento e esvaziamento de políticas sociais, sendo a última barreira o Bora de Graça, rebatizado de Passe Livre.
Sequer atentaram para a viagem de um servidor de cargo comissionado à Itália, onde lá se encontravam no momento o então secretário municipal da segurança pública, coronel Aginaldo, e a esposa e então deputada federal Carla Zambelli. Apesar de postar vídeos “em missão oficial do prefeito”, o servidor não apresentou carta convite do governo italiano, tampouco o resultado de sua “missão oficial”. Na coincidência, Aginaldo pede exoneração do cargo. Mais atento que o Ministério Público do Ceará, o Supremo Tribunal Federal (STF), interessadíssimo na movimentação financeira do casal, determinou bloqueio das contas, inclusive do ex-secretário municipal. De volta a Caucaia, o servidor foi compensado com cargo de secretário, agora com recurso milionário na pasta.
Assim como na gestão, os desmandos na Câmara Municipal também são merecedores da atenção do Ministério Público, desde parentes de vereadores empregados na prefeitura à conivência com prejuízos à população. É de fácil acerto a queda de Caucaia na avaliação Spaece-Alfa, após o fim da internet na residência dos estudantes, quando tablets cedidos pela gestão anterior passaram a ser peças decorativas, não mais objeto de estudo.
A última atrocidade merecedora da atenção do Ministério Público e entidades de defesa dos Direitos Humanos foi a sessão de tapas à qual o vereador Tancredo dos Santos submeteu um de seus servidores para mostrar que a vítima seria “caveira”. Nem mesmo as expressões de dor e gritos fizeram o vereador interromper a sessão de pancadaria. Mais que a intimidação da autoridade de patrão, o parlamentar também usava colete com pistola e um par de algemas.
Na cabeça do parlamentar, que por certo nunca recebeu instrução sobre respeito ao próximo, direitos humanos ou crime de tortura, as agressões não passaram de brincadeira entre um grupo de amigos, sem atentar que a brincadeira é boa, quando é boa para todo mundo.
O parlamentar é o mesmo que, quando servidor do gabinete do vereador de Fortaleza, Inspetor Alberto, saiu na “caça” do criminoso Lázaro, ao lado do chefe, com a exibição de armas de grosso calibre. O Ministério Público se manifestou, mas passou a mão na cabeça.
Ainda ao lado do chefe Inspetor Alberto, o então servidor Tancredo chutava cidadãos de Caucaia e ameaçava vereadores de prisão (acreditem!). “Se eu te der voz de prisão, está dada!”, disse em um vídeo postado pelo próprio Tancredo em suas redes sociais. Nessa época, o Ministério Público se encontrava ocupado, esmiuçando documentos e ações da então gestão municipal.
Ao acreditar que tudo pode, pois tudo já fez, o agora vereador avança em suas atrocidades, ao estapear um servidor que nada pode fazer como forma de assegurar o emprego, além de intimidado por uma arma.
O lado bom da brincadeira foi que o vereador não tirou do empregado e direito de gritar de dor…
Nicolau Araújo é jornalista pela Universidade Federal do Ceará, especialista em Marketing Político e com passagens pelo O POVO, DN e O Globo, além de assessorias no Senado, Governo do Estado, Prefeitura de Fortaleza, coordenador na Prefeitura de Maracanaú, coordenador na Câmara Municipal de Fortaleza e consultorias parlamentares. Também acumula títulos no xadrez estudantil, universitário e estadual de Rápido