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“Candidatura Ciro ao governo é que melhor comunica tese de ‘Ceará em apuros'” – Por Carlos Holanda

Carlos Holanda é jornalista, com experiência na Política. Foto: Arquivo Pessoal.

Com o título “Candidatura Ciro ao governo é que melhor comunica tese de ‘Ceará em apuros'”, eis artigo de Carlos Holanda, jornalista. “Em nota publicada no Instagram nesta quarta-feira, 14, o senador Cid Gomes (PDT) rebateu linhas veiculadas em um site que lhe atribuíram o pensamento segundo o qual o irmão mais velho estaria aposentado da política”, expõe o articulista.

Confira:

Eventual candidatura do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) ao Governo do Ceará pode ser o modo mais eficaz de transmitir a ideia de impacto que todo opositor deseja inserir na consciência do eleitor: “o Estado está em apuros e vive seus piores dias sob comando dos meus adversários”. No caso, em teórico estado de socorro sob controle do governador Elmano de Freitas (PT) e do ministro Camilo Santana (PT). É evidente que existem controvérsias, motivo pelo qual existem debates e campanhas.

Se transferido do campo exclusivamente hipotético ao território das possibilidades seriamente cogitadas, o pensamento começará a ganhar formas a partir do nome de quem poderá encarná-lo. Ciro é,  há quase trinta anos, um nome pensado para se ocupar de questões nacionais, com as repercussões eleitorais decorrentes disso. São quatro candidaturas presidenciais. A primeira foi lançada em 1998. Depois, 2002, 2018 e 2022.

Ou seja, na perspectiva opositora, o lançamento de um nome nacional na disputa estadual pode ser forma de enfatizar a necessidade alarmante de o Ceará caminhar em outra direção em questões políticas, econômicas e, sobretudo, em áreas hipersensíveis como a segurança pública.

O Atlas da Violência mostra queda de 33,1% no número de homicídios ao longo da última década no Ceará, mas a percepção da população é diferente. Não acompanha os números. Os índices caem, mas seguem significativos. É, então, como se as oposições dissessem: “tiramos o nome mais referencial que temos do lugar confortável de conselheiro, pois as coisas vão muito mal”.

Seriam estes alguns dos componentes que constituiriam o hipotético enfrentamento eleitoral entre Ciro e o nome designado pelo Palácio da Abolição. Tudo corre para que seja o de Elmano. O manual da política profissional pede que movimentos ousados estejam lastreados por pesquisas qualitativas e quantitativas. Modo de averiguar se o candidato faz frente à candidatura. São coisas distintas. Ciro não tem motivos para ficar feliz ao olhar os números eleitorais obtidos em 2022, inclusive no Ceará.

Em nota publicada no Instagram nesta quarta-feira, 14, o senador Cid Gomes (PDT) rebateu linhas veiculadas em um site que lhe atribuíram o pensamento segundo o qual o irmão mais velho estaria aposentado da política. Sob o título “verdade”, a nota diz: “a verdade é que o senador Cid Gomes tem por seu irmão Ciro Gomes profundo respeito e admiração e entende que ele, mais do que nunca, reúne todas as condições de disputar a presidência da República”.

As frases de admiração e respeito estão registradas nos arquivos. Chamo atenção para a última parte da nota, quando diz que Ciro reúne todos os requisitos para a disputa presidencial, não para a disputa que quiser travar. Quando Cid diz que Ciro reúne condições de disputar a presidência, lhe rende reconhecimentos, mas expressa de modo indireto o desejo de que não se envolva objetivamente na eleição estadual. Era exatamente este o combinado quando eram aliados. Aparentemente, continuaria a sê-lo da parte do senador.

Seria problemático para Cid ficar em lado oposto ao irmão candidato; não mais contrário ou indiferente ao candidato da predileção do irmão, o que já foi tido como um grande problema. É esta a essência da nota publicada. Ou principalmente esta.

*Carlos Holanda

Jornalista, esteve na redação do O POVO de 2017 a 2024, foi repórter especial de Política e assinou coluna sobre a desinformação e suas repercussões no debate público.

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

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