“O que o prefeito Naumi e o presidente da Câmara Municipal não entenderam é que não se mexe em benefício que a população rapidamente identifica, como Bolsa Família, 13° salário e Bora de Graça”, aponta o jornalista Nicolau Araújo
Confira:
Diante da conivência da Câmara Municipal e do descaso do Ministério Público aos desmandos da Prefeitura, a população de Caucaia reagiu ao esvaziamento das políticas públicas, na gestão Naumi Amorim (PSD), ao não se fazer presente ao chitão que custou aos cofres públicos quase meio milhão de reais.
Com palco montado no Estádio Raimundão, a presença de público na sexta-feira, 25, foi contada a dedo e não mais que 400 pessoas, a maioria de comissionados da Prefeitura e da Câmara Municipal, além de alguma vizinhança.
Nas redes sociais, o prefeito Naumi responsabilizou a sexta-feira, que não seria um dia ideal para festas (?!). Mas prometeu uma grande presença de público no dia seguinte, como se estivesse à frente de uma articulação para a convocação dos demais comissionados e seus familiares. Enquanto isso, o presidente da Câmara, vereador Tanilo Menezes (MDB), tomou as dores do prefeito pelo fracasso de público, diante das críticas da oposição, quando deveria preservar o dinheiro público e promover audiências públicas sobre o esvaziamento do programa Bora de Graça, o maior do país na gratuidade do ônibus, além de cobrar o discurso dúbio de Naumi, que estende o contingenciamento dos investimentos da Prefeitura em políticas públicas, ao mesmo tempo em que cria 62 cargos comissionados, com salários entre R$ 12 mil a R$ 15 mil, e promove gastos com viagens de assessores e altos cachês de artistas.
Mesmo com a atração de Felipão, com cachê de R$ 150 mil, conforme o Diário Oficial do Município (3.242, folhas 11 e 12), mais uma vez o chitão decepcionou em público no sábado, 26.
O que o prefeito Naumi e o presidente da Câmara Municipal não entenderam é que não se mexe em benefício que a população rapidamente identifica, como Bolsa Família, 13° salário e Bora de Graça.
Caucaia entendeu que Naumi faz da Prefeitura uma espécie de empresa Ltda., onde filho, irmã e demais parentes são nomeados a cargos com altos salários, enquanto começa a faltar ônibus e há um retorno inexplicável de catracas e leitores de vales-transporte.
A população também entendeu que o apoio recebido por Naumi, no segundo turno da última eleição, dos críticos e adversários Coronel Aginaldo (PL) e deputada Emília Pessoa (PSDB), nada teve a ver com a preocupação do bem-estar do cidadão.
Sem ter com quem contar em defesa, coube a população dar a sua resposta contra também a falta de medicamentos e médicos, da retirada do transporte escolar, do aumento da violência e da descontinuidade das entregas promovidas pela gestão anterior, como os espigões, o Mercado das Malvinas, internet gratuita e valorização do servidor, dentre outras.
Para Caucaia, melhor que Felipão seria Titãs… “a gente não quer só diversão, a gente quer saída para qualquer parte (de ônibus)”.
Nicolau Araújo é jornalista pela Universidade Federal do Ceará, especialista em Marketing Político e com passagens pelo O POVO, DN e O Globo, além de assessorias no Senado, Governo do Estado, Prefeitura de Fortaleza, coordenador na Prefeitura de Maracanaú, coordenador na Câmara Municipal de Fortaleza e consultorias parlamentares. Também acumula títulos no xadrez estudantil, universitário e estadual de Rápido