O estado do Ceará vai se tornar, a partir do próximo ano, um polo de formação para epidemiologistas de campo. Isso porque a Escola de Saúde Pública do Ceará disponibilizará, em caráter pioneiro, as primeiras turmas de especialização do Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do Sistema Único de Saúde (EpiSUS-Intermediário) do Nordeste.
Até 2026, segundo a direção da ESP/CE, a expectativa é de que a iniciativa capacite cerca de 60 profissionais de saúde de todos os estados que integram a região. O formato da seleção ainda está sendo definido, mas o início das atividades está previsto para março do próximo ano e será divulgado pela escola.
Os cursos serão realizados pela Gerência de Pós-Graduação em Saúde (Gepos) da autarquia estadual, por meio de parceria firmada com o Departamento de Emergência em Saúde Pública da Secretaria de Vigilância, Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (MS).
O diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública do Ministério da Saúde (MS), Márcio Garcia, salienta o trabalho realizado pelo Brasil, ressaltando o desafio que cada localidade tem de ampliar o número de epidemiologistas de campo em todo o território nacional.
“Além de formar pessoas do Ceará, a instituição vai receber profissionais de saúde de outras cidades nordestinas. É desse modo que esperamos avançar no desenvolvimento da epidemiologia de campo na região”, afirma o gestor.
Epidemiologia
Ofertado no Brasil a partir dos anos 2000, o Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do SUS (EpiSUS) foi instituído no âmbito do Ministério da Saúde por meio da sua Secretaria da Vigilância em Saúde (SVS).
O projeto visa implantar um modelo piramidal de treinamentos epidemiológicos de campo, a partir de três níveis: fundamental, intermediário e avançado. Por tratar-se de uma capacitação em serviço, cada um desses formatos preserva a valorização do conteúdo teórico nas práticas dos serviços do sistema público de saúde.
Os epidemiologistas de campo têm a função de fortalecer a capacidade de preparação e resposta aos eventos e emergências em saúde pública, por meio da coleta e análise de dados. Esses profissionais investigam os eventos de saúde para tentar controlar e prevenir doenças e agravos. A partir dessas informações, é possível dar suporte às tomadas de decisão, nas esferas federal, estadual e municipal.