Passear pelas ruas charmosas de Paraty, conhecer pessoalmente autores que admiramos, sentir aquele clima bonito pra chover e bater um papo com leitores. A Flip deste ano começou no último dia 9 de outubro e acontece até hoje, dia 13. Bati um papo com cearenses que estavam na Festa Literária Internacional de Paraty.
Na vigésima segunda edição do evento, muitos cearenses marcaram presença, como os autores Marco Severo, Glória Diógenes, Socorro Acioly, Vanessa Passos e outros. “Da programação oficial, que acontece em frente à Praça da Matriz, acompanhei uma mesa muito produtiva com a Júlia Dantas. Desfrutamos da programação paralela quando nos permitimos passear pelas ruas de Paraty. Encontrei autoras contemporâneas muito queridas como Mariana Salomão Carrara, Andrea Del Fuego e Natália Timermam”, conta Camila Vieira, do coletivo cearense de leitura Literatura com Elas @https://www.instagram.com/literaturacomelas/.
Ana Márcia Diógenes também viajou à Flip para lançar seu mais novo livro, Buraco de Dentro, seu primeiro romance. A escritora cearense participou ainda do Sarau e estande do Coletivo Escreviventes. “Esta é a minha segunda vez na Flip. A primeira vez foi ano passado, em 2023, para lançar meu livro de poesia Rosa dos ventos, com a editora Minimalismos. Tanto ano passado como este, vim após articular com a editora a marcação do lançamento, como dia, hora e local. Desta vez, lancei na Casa Gueto, que é organizada pela editora Patuá, a que lancei meu livro”, explica Ana Márcia, escritora e jornalista.
Mesmo tendo lançado sua obra, Ana Márcia veio de forma independente, pagando suas despesas e deslocamento. Ela diz que o investimento vale muito a pena. “Conheci muita gente, principalmente autores. Tem gente de todo canto. A programação é intensa e você tenta aproveitar o máximo que puder. Na abertura, quarta-feira, assisti “As ruas têm alma: João do Rio, o convidado do sereno”, com Luiz Antônio Simas. Na última quinta-feira, vi “Vozes femininas: mulheres escritoras falam e repensam a literatura a partir de João do Rio”, com Micheliny Verunschk e Ana Estaregui. Ontem vi também “A alma encantadora da crônica”, com Marcelo Moutinho, Gaia Passarelli e Beatriz Resende. Gosto muito da Eliane Alves Cruz. Assisti uma mesa com ela transmitida no auditório principal. Além do lançamento, estou participando do encontro da revista Samsara e do Clube dos Ficcionistas”, conta Ana Márcia Diógenes.
Lugar para ver e ser visto
É assim que Talles Azigon define a Festa Literária Internacional de Paraty. Ele conta que a sua participação na Flip só foi possível por conta de ações feitas por sua editora, que viabilizaram boa parte dos custos a fim de comemorar o aniversário de uma década da Substânsia. “Estamos nos organizando há muito tempo, fizemos uma ação promocional com vendas dos nossos pacotes misteriosos. O Ceará está espalhado em Paraty por meio de escritoras, designers, editoras e ilustradores. A festa é muito eufórica, colorida, e até nos momentos de chuva o público não desanima. Sinto, contudo, que ainda é muito caro para nós, pequenas editoras e independentes. Fomos para a Casa Gueto, organizado pela Patuá, do Eduardo Lacerda, que reúne diversas editoras independentes do Brasil. Participarmos de um evento desses é importante, pois é um grande laboratório de aprendizagem e território de encontros. Nesse sentido, seria importante a exemplo de tantas iniciativas, que o Ceará investisse em um espaço só nosso para facilitar essa participação, seria muito interessante”, sugere Talles Azigon.
Eu também acho, Talles! Inclusive já imagino a coluna Cafezim com Literatura fazendo toda a cobertura jornalística.