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“Cid Gomes: vale o que está escrito”

Nicolau Araújo é jornalista

“Ao recuar do dito, pela falta do escrito, o senador se coloca na condição de refém do novo modelo político no Ceará”, aponta o jornalista Nicolau Araújo

Confira:

Cid Gomes se apega aos livros de história, não aos fatos históricos, para afirmar que nunca rompeu ou quis romper com o projeto político do governador Elmano e do ministro Camilo Santana no Ceará. Ao retornar da Alemanha, onde ganhou novos ares no debate sobre o futuro do setor energético, Cid cobrou a repórteres em Brasília uma fala ou aspa sua sobre o rompimento.

De nada valeram as declarações da irmã e deputada estadual Lia Gomes, ao Diário do Nordeste, da insatisfação do senador com o acúmulo de poder do PT no Ceará, que já possui as ações do Palácio do Planalto, do Ministério da Educação, do Palácio da Abolição e da Prefeitura de Fortaleza (a partir de janeiro). Por que haveria agora de comandar a Assembleia Legislativa?

“(Cid) disse (ao governador) que não se sente mais fazendo parte do grupo porque acha que existe uma concentração de decisão nas mãos das pessoas do PT”, revelou Lia, em entrevista ao Diário do Nordeste, 17 último, um dia após do encontro do senador com o governador. “Cid colocou todo mundo à vontade e fez questão de dizer que era uma decisão dele, pessoal”, completou a deputada, ao mencionar o comunicado do irmão a aliados, segundo ainda o Diário do Nordeste.

Para Cid, de nada vale o Ceará ter liberto escravos idosos ou doentes, em 1884, por não ter mais negros nas plantações de algodão, devido à seca, todos vendidos aos canaviais e aos cafezais de outras províncias, depois que a Lei Eusébio de Queirós proibiu três décadas antes a busca de negros na África. Para Cid, vale o que está escrito nos livros. E viva o Ceará!

Pouco importa para Cid, se Cabral sabia o que acharia mar adentro, no ano de 1500, mesmo com Pinzón chegando ao litoral nordestino um ano antes. Para Cid, vale o escrito. E vida o descobrimento do Brasil!

Ao recuar do dito, pela falta do escrito, o senador se coloca na condição de refém do novo modelo político no Ceará, justamente quando, enfim, deveria exercer uma liderança que sempre lhe coube, mas tolhida por uma hierarquia familiar. Na arte do poker em que é mestre, Cid tem sido vítima de “bad beat” (perda para um jogo inicialmente menor) e de blefes. Sequer descobriu ainda quem é o pato da mesa.

Aliás, em se tratando de apostas, o “vale o que está escrito” é um jargão do jogo do bicho, quando nada adianta o apostador apontar que jogou em sua data de nascimento, quando o cambista confundiu “três” com “seis”. Vale o que está escrito na “pule”.

E aproveitando o jogo do bicho, qual dos 25 grupos representaria atualmente Cid Gomes?

Errou… avestruz, por certo…

Nicolau Araújo é jornalista pela Universidade Federal do Ceará, especialista em Marketing Político e com passagens pelo O POVO, DN e O Globo, além de assessorias no Senado, Governo do Estado, Prefeitura de Fortaleza, coordenador na Prefeitura de Maracanaú, coordenador na Câmara Municipal de Fortaleza e consultorias parlamentares. Também acumula títulos no xadrez estudantil, universitário e estadual de Rápido

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