Candidato natural ao Palácio do Planalto, o ex-governador do Ceará e ex-ministro Ciro Gomes poderá retornar ao PSDB, quase três décadas depois, após o seu ainda atual partido, o PDT, decidir no último domingo (15) pelo apoio ao governo Elmano. Antes, o partido já integrava a base do governo Lula e possui quase a totalidade de seus vereadores de Fortaleza no apoio ao prefeito Evandro Leitão. Todos governantes do PT.
Por mais que os pedetistas do Ceará assegurem que Ciro poderá permanecer no partido, mesmo em oposição a Lula, Elmano e Evandro, as declarações soam mais como “barganha política” em chantagem ao PT à valorização da história de Ciro.
E Ciro Gomes começa a se incomodar com a corrente em volta de seu pescoço.
Convenhamos, a identificação de Ciro com a esquerda nunca passou da coincidência de ações que beneficiaram aqueles que mais precisam do poder público. Sejam na economia, na saúde, na educação, na infraestrutura, na cultura, no social. Sejam nos cargos de governador, prefeito, deputado estadual, deputado federal, ministro, candidato a presidente, crítico.
A esquerda mais se apropriou dessas ações a Ciro tê-las efetuadas por ideologia.
Ciro é centro, ora com um ombro na esquerda, ora com o outro ombro na direita.
O ex-governador nunca se sentiu tão em casa, quando nos tempos de PSDB, na companhia do amigo Tasso Jereissati. Ciro Gomes pode ter descordado de posicionamentos de Tasso, em uma campanha ou outra, quando em lados opostos. Mas nunca disse ter sido traído pelo amigo ou apunhalado pelas costas.
Livre das amarras pedetistas, que em nada mais parecem com o brizolismo, Ciro estaria pronto para retomar o discurso de pré-candidato ao Palácio da Abolição, na linguagem que sempre foi fluente.
Outra frente que o PSDB proporcionaria a Ciro Gomes seria uma vice de Tacisio de Freitas (Republicanos), ao Palácio do Planalto.
Antes que alguma teoria da conspiração possa surgir ou algum político dê entrada em hospital com taquicardia, explico:
Tarcisio de Freitas conquistou a aprovação de São Paulo por sua política na segurança pública e por sua condição de tocador de obras, essa última desde a época em que trabalhou com a então ministra Dilma Rousseff, no segundo governo Lula, quando levou a ministra ao título de “mãe do PAC”.
O governador de São Paulo e pré-candidato a presidente da República, no entanto, não possui discurso na economia. O que o forcará, caso Jair Bolsonaro não se viabilize candidato da direita, a encontrar um vice com o perfil de Ciro Gomes, senão o próprio Ciro.
Seja no plano A, B ou C, Ciro Gomes é candidato em 2026…
Nicolau Araújo é jornalista pela Universidade Federal do Ceará, especialista em Marketing Político e com passagens pelo O POVO, DN e O Globo, além de assessorias no Senado, Governo do Estado, Prefeitura de Fortaleza, coordenador na Prefeitura de Maracanaú, coordenador na Câmara Municipal de Fortaleza e consultorias parlamentares. Também acumula títulos no xadrez estudantil, universitário e estadual de Rápido