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“Colapso é iminente”

Hora do arrocho fiscal do goveno. Foto: Ilustrativo

Com o título “Colapso é iminente”, eis artigo, em tom de alerta, assinado por Elaine Teixeira (elainevigianni@gmail.com), Mariane Gondim (nairamariane13@hotmail.com) e Rúlio Rocha (rulio@ufc.br), servidores técnico-administrativos em Educação da Universidade Federal do Ceará. eles alertam para quadro dificil em matéria de carência de pessoal nas Instituições de nivel superior.

Confira:

Para que as Universidades e Institutos Federais de Educação possam existir e funcionar plenamente, é necessário um universo de atividades administrativas sem as quais nenhum estudante poderia ser matriculado e nenhum professor seria capaz de ter aulas viabilizadas de forma eficiente e estruturada. As pessoas encarregadas da execução de tais atividades são os Técnico-Administrativos em Educação – ou TAEs, para os mais íntimos.

Os TAEs são responsáveis por todas as matrículas realizadas, pelo funcionamento dos sistemas virtuais, pelo funcionamento dos laboratórios de pesquisa e didáticos, pelos contratos dos Restaurantes Universitários, de limpeza, jardinagem e manutenção, pela assistência estudantil, pelas licitações de cadeiras, mesas, projetores, equipamentos e insumos. E esses, são apenas alguns exemplos da lista de atribuições e responsabilidades destes servidores. Entretanto, a carreira TAE está em declínio e, com ela, toda a estrutura que mantém de pé a educação técnica e superior nas Instituições Federais de Ensino.
Desde 2017, a carreira não recebia um reajuste salarial, que só veio no início de 2023. Os aumentos para cada nível dessa categoria, em reais, foram:

Pode ser difícil de acreditar, mas na carreira TAE, o nível que recebeu o maior aumento no piso salarial, em moeda corrente, recebeu menos de quatrocentos reais – e isso após seis anos sem qualquer aumento, com uma pandemia no meio O resultado de anos de descaso levou a categoria à ingrata posição de pior remuneração do serviço público federal.

Os profissionais da carreira TAE são qualificados. A esmagadora maioria supera os requisitos para ingresso em seus cargos: há muitos TAEs especialistas, mestres e doutores. O que seguraria esses profissionais numa situação de baixa remuneração e desvalorização por todos os governos (inclusive do Sr. Lula)? Quem consegue ser aprovado em outros concursos ou retornar à iniciativa privada, parte em busca de melhores condições de vida. A consequência disso é uma debandada.

De acordo com dados do Painel Estatístico de Pessoal (Fonte: Ministério da Economia/2023), o índice de evasão na carreira é de cerca de 75%, ou seja, a cada 4 profissionais que entram no PCCTAE (Plano de Cargos e Carreira TAE – PCCTAE), outros 3 deixam a carreira, gerando um grave problema de gestão para instituições federais de ensino. Aos que restam, sobra, além da baixíssima remuneração, o endividamento crescente, a sobrecarga de trabalho e o adoecimento. Nesse ritmo, podemos dizer com segurança: o colapso é iminente.

*Elaine Teixeira (elainevigianni@gmail.com), Mariane Gondim (nairamariane13@hotmail.com) e Rúlio Rocha (rulio@ufc.br)
Servidores técnico-administrativos em Educação da Universidade Federal do Ceará

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

Ver comentários (4)

  • Vdd, é necessário uma atenção especial Para essas categorias, são pessoas de peso na Universidade Federal .

  • Acredito que faltou alguma informação após: Desde 2017, a carreira não recebia um reajuste salarial, que só veio no início de 2023. Os aumentos para cada nível dessa categoria, em reais, foram:

    No mais, o texto traz a realidade vivida nas IFEs.
    É muito importante gritarmos aos quatro ventos essa realidade para que nos enxerguem!!!

    • R$ 119,40 no piso do nível A; R$ 144,58 no nível B; R$ 175,06 no nível C; R$ 220,23 no nível D; R$ 376,26 no nível E.
      Houve um problema no formato que enviamos, mas são essas as informações.

  • Pessoal, toda vez que falam da nossa carreira, existe um dado de evasão de 75%. Olhando para as pessoas que eu conheci na UFU nos últimos 10 anos, a maioria que saiu foi por aposentadoria e dá para contar nos dedos os que saíram para assumir cargo em concurso que ganha mais (esse sim mostra o quanto nossa carreira está desvalorizada). Existe um detalhamento confiável desse índice de 75% de evasão? Procurei nesse Painel Estatístico de Pessoal e não encontrei.

    Pelo meu entendimento, só entra servidor se algum saiu. Sendo assim, para cada 4 que entram, 4 saíram. Mesmo que seja por aposentadoria. Existe algum dado mais concreto do que essa evasão de 75%?

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