Os policiais militares Marcílio Costa de Andrade e Luciano Breno Freitas Martiniano foram condenados na noite dessa quinta-feira (25) a penas de 315 anos, 11 meses e 10 dias de reclusão e a 275 anos e 11 meses de reclusão, respectivamente, no quinto julgamento do Caso Curió, em julgamento iniciado na segunda-feira (22) e que teve 43 horas de argumentações.
Os réus tiveram ainda a prisão provisória decretada, além da perda do cargo público de policial militar.
Após a leitura da sentença, foram expedidos os mandados de prisão e cumpridos em plenário.
As defesas anunciaram que irão recorrer da decisão.
Falta apenas um réu
Com o fim do quinto júri, foram totalizadas mais de 330 horas de julgamento, considerando a duração das quatro sessões anteriores. Assim, a Justiça submeteu ao todo, 29 acusados ao júri popular. Resta apenas um réu, dos 30 pronunciados. Ele também seria julgado nesta quinta sessão, mas teve o julgamento suspenso por meio de habeas corpus, com base em Exame de Sanidade Mental, até que tenha a saúde restabelecida.
A chacina
Os crimes ocorreram na noite de 11 e madrugada de 12 de novembro de 2015, com 11 pessoas mortas, todas escolhidas de forma aleatória. Segundo a denúncia do MP do Ceará, a motivação da chacina foi vingança, após o assassinato do soldado PM Valtermberg Chaves Serpa, morto ao reagir a um assalto contra a esposa dele no bairro Lagoa Redonda, em Fortaleza, no dia 11 de novembro.
De acordo com o Ministério Público, os policiais agiram com confiança na impunidade, tomando medidas para evitar reconhecimento e encobrir vestígios dos crimes. Durante os ataques, equipes de serviço em viaturas da Polícia Militar próximas aos locais não prestaram socorro, mesmo com ligações da população. Além disso, ambulâncias chegaram aos locais antes da polícia, mas não conseguiram atuar por falta de segurança.