“Começa hoje a era do ufanismo e do medo” – Por Luiz Henrique Campos

ufanismo

Com a posse de Donald Trump para seu segundo mandato à frente da presidência dos Estados Unidos, o mundo entra hoje em uma era de incertezas. Por mais prognósticos econômicos, geopolíticos, sociológicos, antropológicos, psicológicos e tudo mais que couber sobre esse momento, nada será definitivo, até porque, se temos de um lado o ufanismo, de outro, prepondera o medo. Trump assume o país mais importante do mundo como um condenado pela justiça americana, mas nada disso o impede, pelas circunstâncias de sua vitória eleitoral, a maioria no parlamento e o apoio do povo americano, de pensar, dizer e até quem sabe, fazer o que quer.

Para os ufanistas, Trump surge como a salvação de todos os males do planeta, prometendo um novo período de prosperidade na economia americana, onde segundo ele, irá prevalecer o mérito, em detrimento de um discurso anterior que prezava pelo cuidado com a questão ambiental, equidade e combate ao preconceito. Com a sua posse, já anunciado por ele, vão abaixo todas as regulações existentes que tratam desses temas, bem no estilo Ricardo Sales de deixar passar a boiada.

Essas mudanças, caso se confirmem já nos primeiros dias de sua gestão, trazem ao restante do planeta que não comunga com sua visão de mundo, o medo de retrocessos em várias conquistas alcançadas nos últimos anos nesses campos elencados. Com isso, sugerem os anti-trumpistas, os riscos se ampliam para diversas regiões fora dos Estados Unidos que simplesmente não se ajustarem ao que determinar o agora novo dono do mundo, abrindo espaço para lideranças regionais adeptas dessas concepções.

Não me considero ufanista, nem amedrontado com a posse de Trump. O vejo, sim, como um megalomaníaco que não tem nada a perder e isso pode trazer mais malefícios do que prosperidade ao povo americano com o tempo, o que não será necessariamente visto assim por seus apoiadores em um primeiro instante. Sobre isso, sugiro o livro A Mente de Adolf Hitler. O Relatorio Secreto que Investigou a Psique do Líder da Alemanha Nazista, do psicanalista Walter C. Langer.

Na obra, construída a partir de entrevistas com pessoas que conviveram com o líder nazista, o próprio, revela como elaborava seus discursos, levando em conta, na sua percepção, o perfil de fragilidade das massas, a quem considerava feminina e afeita ao discurso da força e da necessidade de proteção, cabendo ao verdadeiro líder assumir esse papel. A história sabe como isso terminou.

Luiz Henrique Campos: Formado em jornalismo com especialização em Teoria da Comunicação e da Imagem, ambas pela UFC, trabalhei por mais de 25 anos em redação de jornais, tendo passando por O POVO e Diário do Nordeste, nas editorias de Cidade, Cotidiano, Reportagens Especiais, Politica e Opinião.

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