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“Conversa de bar”

Totonho Laprovítera, escritor, arquiteto e artista plástico. Foto: JN

Com o título “Conversa de bar”, eis mais um conto de Totonho Laprovítera, arquiteto, escritor e artista plástico.

Confira:

O lugar era fino e elegante, onde, costumeiramente, um amigo imaginá rio pedia ao garçom um prato de moela de frango, fatias de pão d’água, uma dose de rabo-de-galo – coquetel à base de cachaça e vermute, de preferência Martini ou Cinzano – e uma garrafa de Coca-Cola, 2 litros, devidamente fitada. A propósito, a origem do nome “coquetel” se deve ao fato do uso de raízes finas e lisas de uma planta, cujas cores pareciam com à da cauda de um galo. Assim, “cock’s tail” virou “cocktail” em inglês. Quanto ao “rabo de galo”, a razão deve ter sido pela quentura do drinque. Agora, a respeito da diferença entre drinque e coquetel, dizem os puristas que o drinque é uma bebida, e o coquetel uma mistura de várias bebidas.

Mas voltemos ao que cai na prova. Meu amigo imaginário adora discutir sobre o roubo da Taça Jules Rimet, conquistada pela Seleção Brasileira na Copa de 1970, no México. Segundo ele, o crime foi traçado por um tal Peralta, suposto representante do Atlético Mineiro e empresário de jogadores. Frequentador assíduo da antiga CBD, Peralta conhecia detalhes do prédio e sabia onde a Taça era guardada. O furto teve grande repercussão mundial e foi alvo de uma grande investigação policial, envolvendo as Polícias Federal, Civil e Militar. O informante conhecido como Broa foi fundamental para desvendar o caso, mas o destino do ouro da taça nunca foi oficialmente confirmado. Dizem que os meliantes celebraram o feito bebendo doses de rabo-de-galo na própria taça.

Agora, se for para falar de bar, o do Chaguinha, localizado na Rua Padre Francisco Pinto, perto do Estádio Presidente Vargas, no Bairro Gentilândia, reunia gente da melhor qualidade. Lá , a suculenta panelada, o delicioso fígado acebolado e a cerveja geladíssima, atraíam os melhores papos de Fortaleza. Mas, muitos não sabem que o primeiro bar surgiu na cidade inglesa de Saint Albans, situada nas bandas do sul do condado de Hertfordshire, em 1539. O termo “bar” surgiu em 1590 devido à barra na base do balcão para apoiar os pés e evitar que os bêbados se debruçassem. Alguns dizem que se refere à trave de madeira onde se amarravam cavalos nos saloons do Velho Oeste norte-americano. No Brasil, os bares começaram a existir com a chegada da família real em 1808, que trouxe os costumes da Europa.

Por fim, em um passado recente, no restaurante Tocantins, o movimento era intenso nos finais de semana, lotando por volta das 2h da madrugada com uma seresta que ia até o amanhecer ou último cliente ir embora. Com cardápio variado, constando petiscos, peixada, pirão, arroz e várias opções de bebidas, era um lugar festivo, sendo comum os vezeiros seguirem ao Bar Caribe, na Varjota, ou às padarias para o café matinal. Ficava na Avenida da Abolição, no fortalezense Bairro Meireles.

*Totonho Laprovítera

Arquiteto, escritor e artista plástico.

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

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