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COP 28 e a Revelação da Verdadeira Imagem do Lula

João Arruda, professor aposentado da UFC e sociólogo. Foto: Arquivo Pessoal

Com o  título “COP 28 e a Revelação da Verdadeira Imagem do Lula”, eis artigo de João Arruda, professor aposentado da Universidade Federal do Ceará e sociólogo. “E é escandaloso o número da nossa representação na COP28. A única coisa que justifica o seu tamanho é a megalomania e a irresponsabilidade fiscal do presidente petista”, critica o articulista.

Confira:

No momento em que quase duas centenas de países se reúnem para discutir a necessidade de acelerar a transição energética, cujo objetivo seria combater o presumível aquecimento global causado pelo uso excessivo dos combustíveis fósseis, a Organização das Nações Unidas, em flagrante contradição, elegeu Dubai, um dos dez maiores produtores de petróleo e gás do mundo, para realizar, no período de 30 de novembro a 12 de dezembro de 2023, a sua 28ª reunião anual.

Como país-sede, o governo dos Emirados Árabes nomeou Sultan al-Jaber, presidente-executivo da empresa petrolífera estatal, para liderar as negociações da COP28. Como é do conhecimento do grande público ali presente, a empresa presidida por Al-Jaber planeja duplicar sua capacidade de produção e, segundo denunciou a BBC de Londres, os Emirados planejam usar seu papel como anfitrião para fechar acordos sobre petróleo e gás.

E aí vem uma pergunta que não quer calar: Como podemos levar a sério um encontro que tem como objetivo a transição energética e a criminalização do petróleo, eleger, como sede desse encontro um dos seus grandes produtores mundiais? Não resta dúvida que botaram a raposa para tomar conta do galinheiro.

E é escandaloso o número da nossa representação na COP28. A única coisa que justifica o seu tamanho é a megalomania e a irresponsabilidade fiscal do presidente petista. Se o seu objetivo foi o de mostrar ao mundo o nosso compromisso com a pauta verde, essa é uma ação inócua, pois o Brasil é, se levarmos em consideração o tamanho da sua economia, o país que menos polui no planeta, preservando 76% das suas florestas e tendo 86% da sua matriz energética renováveis.

Vejam o absurdo do governo petista. Mesmo com esse perfil de excelência ambiental, levamos para Dubai a maior delegação da COP28. Dentre os 24.488 delegados de 195 nações inscritos, segundo registros oficiais da ONU, 1.337 são brasileiros, encabeçados pelo presidente Lula, correspondendo a 5,5% do total de inscritos. Esse número é muito maior do que o 2º colocado, a poluidora Índia, com apenas 725 inscritos.

No momento em que estamos atravessando o maior deficit fiscal da nossa história, é um contrassenso o governo gastar várias centenas de milhões de dólares, tirados do bolso dos sofridos contribuintes brasileiros, para financiar o turismo desses privilegiados ambientalistas. Só para que você, contribuinte, tenha uma pequena ideia da exorbitância desses custos, antes de chegar em Dubai, Lula e a sua cuidadora passaram rapidamente por Riad, capital da Arábia Saudita, ficando hospedado na suíte real do Ritz-Carlton, de 520 M² e diária de R$ 63 mil, ou aproximadamente 13 mil dólares, dinheiro que o trabalhador assalariado brasileiro precisaria trabalhar mais de 40 meses para pagar uma só diária.

Mas o presidente e a sua cuidadora não estão nem um pouco preocupados com o preço que o contribuinte tem que pagar em suas farras homéricas. Não foi por acaso que eles ganharam o jocoso apelido de “casal esbanja”. Segundo levantamento feito pelo jornalista Cláudio Humberto, com base na lei de Acesso à Informação, Lula gastou, em suas 24 viagens internacionais, recorde na história republicana brasileira, a bagatela de R$ 16 milhões somente com alugueis de limousines.

Mas Lula não é só um perdulário contumaz. Ele é também um mitomaníaco compulsivo. Quem não se lembra do Lula rindo, dizendo que costumava falar mal do Brasil, afirmando que “o Brasil tinha 30 milhões de crianças de rua”? Recentemente, com muita convicção, ele afirmou que todo político tinha a obrigação de mentir. E isso ele faz com muita competência.

Agora, na COP28, para impressionar os ambientalistas, em um pequeno espaço de tempo, Lula fez duas afirmações levianas. No início da sua fala, ele foi taxativo: “O aumento da temperatura global poderá desencadear um processo irreversível de savanização da Amazônia.” Essa afirmação não tem nenhuma fundamentação científica, mas a sua indignação causou aplausos dos ambientalistas. E ele completou: “A Amazônia está atravessando, neste momento, uma seca inédita. O nível dos rios é o mais baixo em mais de 120 anos”. Essa duas afirmações são falsas, mas se alguém se atrever chamar Lula de mentiroso estará, no mínimo, cometendo um desnecessário pleonasmo.

Vejam, alguem se esqueceu de dizer para o “Pinóquio brasileiro” que a região amazônica preserva mais de 75% das suas florestas, situação que a impede de se transformar em uma savana. Sobre a falsa afirmação de que estamos atravessando a maior seca dos últimos 120 anos, é importante que o leitor desavisado saiba que as secas na região amazônica são, assim como no Nordeste, cíclicas.

Neste ano, segundo o Cemaden – Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, a estiagem está dentro dessa normalidade. “Assim como ocorreu há oito anos, a seca de agora é agravada pela atuação do El Niño e potencializada pelo aquecimento do Atlântico Tropical Norte”, não tendo, pois, nenhuma relação com o propalado aquecimento global.

Mas a lua de mel do Lula com os ambientalistas durou pouco. Ainda domingo, dia 3, a direção da OPEP+, desavisadamente, cometeu uma enorme indiscrição, anunciando solenemente a entrada do Brasil, a partir de janeiro de 2024, na sua organização. Indignados com a traição petista, os ambientalistas, liderados pelo Greempeace, fizeram uma manifestação de repúdio ao seu posicionamento, tendo ele respondido, de forma cínica, que não via nenhuma contradição entre a sua adesão à OPEP+ e a defesa que fazia do meio ambiente.

Tentando neutralizar a repercussão negativa causada por esta notícia, Lula, em mais uma das suas declarações irresponsáveis e lesa-pátria, defendeu a relativização da soberania nacional, propondo a criação de uma governança internacional para garantir a preservação da Amazônia brasileira. Será que as nossas Forças Armadas, outrora tão nacionalistas, vão compactuar com essa proposta entreguista e nociva aos interesses nacionais?

Mas as sequências de absurdos e contradições continuaram. No dia seguinte, já na sua chegada à Alemanha, segundo informações da BBC News, a grande imprensa alemã o classificou como um “parceiro problemático”. De fato, o seu encontro com o chanceler alemão, Olaf Scholz, não foi nada amistoso, tendo sido repreendido, de forma diplomática, por suas declarações favoráveis a Rússia, em sua guerra contra a Ucrânia, pelo seu insistente apoio aos terroristas do Ramas e por ter classificado o Estado de Israel de terrorista. Durante o encontro, Scholz deixou claro a indignação dos países membros da OTAN com as tentativas do Lula de igualar agressor e agredido, além das suas equivocadas opções geopolíticas.

Mas nada é tão ruim que não possa piorar ainda mais. Lula, que tinha preparado um grande aparato midiático para anunciar espetacularmente a entrada do Mercosul na União Europeia, recebeu uma péssima notícia publicada pelo Financial Times: “O comissário de Comércio da UE, Valdis Dombrovskis, que viria assinar o acordo entre o bloco europeu e o Mercosul, cancelou sua viagem marcada para 5ª feira, dia 7, sinalizando que não mais haverá acordo entre o Mercosul e a União Europeia”.

Pelo que constatamos, a semana foi desastrosa para a imagem internacional do demente presidente petista. Os poucos dias na COP28 foram suficientes para implodir a sua conveniente imagem de grande defensor do meio ambiente. Na Alemanha, como já era esperado, a sua imagem de parceiro problemático do ocidente foi reforçada e denunciada para o mundo. Uma só semana de intensa exposição pública foi o suficiente para revelar o seu real tamanho: Lula não passa de um pigmeu ambientalista de fragilidade diplomática.

*João Arruda

Professor aposentado da UFC e sociólogo.

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

Ver comentários (2)

  • Parabéns pela matéria esclarecedora. Quanta capacidade de colocar em poucas linhas a tenebrosa sombra que hoje paira nas lideranças políticas desse nosso mundo.
    Iniciando pela escolha do país que sediou este “evento”. Como bem colocado, raposa cuidando do galinheiro. Quanto a aberração do “presidente”do Brasil, tudo aqui dito expõe nossa triste realidade.

    • Combinado... só ninguém no País votar em qualquer partidos de esquerda/comunistas e nem nos disfarçados, seja para vereador, deputados estaduais ou federais e senado. Abram a boca para a verdade! Já teremos eleições em 2024!!!

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