“A segurança em instituições públicas, sejam escolas ou hospitais, é uma preocupação que deve transcender as rivalidades políticas”, aponta o ex-superintendente da Polícia Civil do Ceará, César Wagner. Confira:
Fortaleza está testemunhando uma escalada perturbadora na violência, com incidentes chocantes que ocorreram em locais onde os cidadãos deveriam se sentir mais seguros: um hospital e uma escola. O brutal assassinato de um funcionário no Instituto Doutor José Frota (IJF), seguido por um crime contra um jovem que tombou dentro da Escola Municipal Delma Hermínia, é um reflexo alarmante do estado atual da segurança pública na cidade.
A troca de acusações entre o governador Elmano de Freitas e o prefeito José Sarto apenas expõe uma triste verdade: a falta de sintonia e cooperação entre as autoridades estaduais e municipais não é apenas uma falha administrativa, mas um perigo real para a população que eles juraram proteger. Quando líderes eleitos escolhem o confronto político em vez da colaboração, quem perde é o cidadão comum, atormentado pelo medo e pela incerteza.
A segurança em instituições públicas, sejam escolas ou hospitais, é uma preocupação que deve transcender as rivalidades políticas. É inaceitável que cidadãos ou funcionários se tornem vítimas de violência em lugares destinados ao cuidado e à educação. O crime no IJF, ocorrendo em um espaço dedicado à saúde e à recuperação, e o assassinato na escola, um local de aprendizado e crescimento, são trágicos indicativos de que a violência está infiltrando os últimos refúgios de civilidade.
As autoridades em Fortaleza devem reconhecer que a segurança pública é uma responsabilidade compartilhada. Não se pode permitir que disputas políticas ou falhas burocráticas comprometam a segurança dos cidadãos. É hora de unir forças, independentemente de filiações partidárias, para restaurar a ordem e a confiança pública. Afinal, a segurança não é apenas uma questão de aplicação da lei, mas também de garantir que os cidadãos possam frequentar suas atividades diárias sem o medo constante de violência.
A resposta à crescente onda de crimes em Fortaleza precisa ser rápida e decidida, com estratégias coordenadas entre todas as esferas do governo. A população de Fortaleza merece mais do que promessas e acusações; merece ação concreta e visível que traga paz e segurança de volta às suas vidas. É um apelo que não pode ser ignorado.
César Wagner Maia Martins é ex-superintendente da Polícia Civil do Ceará, ex-coordenador-geral da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (CIOPS), ex-diretor do Departamento de Polícia Especializada (DPE), ex-diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI) e ex-delegado Titular da Delegacia de Combate ao Narcotráfico. Ex-secretário de Segurança de Aracati. Formado em Direito (Unifor) e especialista em Direito Processual Penal (Unifor). Comunicador, radialista, palestrante e consultor de empresas