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“De repente, do riso fez-se o pranto…”

Paulo Diógenes e sua personagem Raimundinha. Foto: Divulgação

Uma homenagem à memória do ator e humorista Paulo Diógenes, que nos deixou nessa quarta-feira. O velório acontece na Funerária Ternura e o enterro ocorrerá às 16 horas, no Cemitériok Jardim Metropoitano, no Eusébio (RMF). Parte do ex-deputado João Alfredo, que foi seu cunhado.

Confira:

Fazia um tempinho que a gente não se via, mas, o bem querer mútuo se manifestava sempre que a gente se falava; tinha carinho na fala, um cuidado um com o outro. Fomos cunhados (ou éramos sempre, pois não existe ex-cunhado) e um dos presentes melhores do tempo em que fui casado com sua irmã, Glória (de quem posso imaginar a dor dessa perda), foi a família Diógenes e esse cara tão especial, que foi (é) o Paulo.

É lógico que ele sempre será lembrado por esse personagem fantasticamente cearense que era a Raimundinha (sucesso de mais de 30 anos nos palcos).

Para além das piadas e tiradas (eu mesmo fui “vitima” por mais de uma vez de seu bom e sarcástico humor), o mais bonito para mim era quando, ao som de “Sonhos de um Palhaço”, de Antônio Marcos, ele se desmontava e retirava a tinta do rosto cantando:

“Vejam só
Que coisa incrível o meu coração
Todo pintado e nessa solidão
Espera a hora de sonhar
Ah, o mundo sempre foi
Um circo sem igual
Onde todos representam bem ou mal
Onde a farsa de um palhaço é natural…”.

Não tinha uma vez que eu não me emocionasse; nenhuma.

Vou me lembrar também de sua coragem de homem gay em uma política tão marcada pelo preconceito.

Fomos colegas na Câmara Municipal e um dos mais belos momentos foi quando enfrentou a bancada conservadora no debate sobre o plano de educação, defendendo os direitos lgbts e saindo do armário linda e altivamente na tribuna do legislativo.

Foi além, fez do seu casamento um ato público, entrando no salão com o pai e tendo como padrinho o então prefeito Roberto Cláudio. Minha admiração por ele só fez crescer cada vez mais!
Mas, entre tantas qualidades do ser humano que foi (que é), não posso esquecer a generosidade, a bondade mesmo. Seu apoio – tenho certeza – foi fundamental para um de meus filhos superar uma crise grave por que passou, atravessou e venceu. E eu sou, serei sempre muito grato a você, Paulo, por tudo que fez e ensinou.

Minha tristeza só não é maior porque se houver no universo e para além dele um lugar para os bons, você estará lá, “matando” de rir quem estiver por perto e cuidando – sempre, mesmo que de longe – dos seus.

Nós aqui, levaremos você em nossos corações, que é o lugar para onde vão os que amamos.

Vai, Paulo, segue em paz e com alegria, pois esse era o seu nome.

Um abraço grande do cunhado.

*João Alfredo,

Superintendente do Idace e ex-deputado.

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

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