Em artigo sobre a defesa da democracia, o advogado Édson Guimarães cobra do presidente Lula a defesa das instituições e do estado democrático de direito, ao invés do discurso político. Confira:
Os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário realizaram na segunda-feira, 8, uma sessão solene para lembrar os atos de vandalismo, praticados contra os Três Poderes no dia 8 de janeiro do ano passado, em que milhares de vândalos, inconformados com o resultado da eleição presidencial, tentaram a todo custo desmanchar a vontade popular pela força.
Não resta nenhuma dúvida que a destruição das sedes dos poderes da República foi uma demonstração patente do golpe que pretendiam. Não se sabendo a extensão da agressão à Constituição em consequência.
No entanto, a ação rápida e eficaz dos que deveriam agir para impedir os avanços dos defensores do arbítrio, impediu que se consumasse a tragédia cívica então iminente.
Relembrar a data é um alerta aos verdadeiros patriotas de que a Democracia não pode ser maculada sob qualquer pretexto. Ressalvo, entretanto, que o ato cívico deveria ter se restringido à defesa das instituições e do estado democrático de direito. O que não ocorreu, especialmente por parte do sr. Presidente da República, que deixou de lado o discurso institucional para acusar supostos adversários, em descompasso com o objetivo do evento, a beleza do lugar e a grandeza da Democracia que se festejava.
Édson Guimarães é advogado e especialista em Direito Eleitoral