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“Deputada Dra. Silvana e as pautas anticristãs da esquerda” – Por Barros Alves

Barros Alves é jornalista e poeta

“A esquerda, posando de solidária e humanista, tem promovido a inclusão da diversidade sexual no currículo escolar e defendido o reconhecimento de diferentes modelos familiares, incluindo casais homoafetivos”, aponta o jornalista e poeta Barros Alves

Confira:

A Assembleia Legislativa do Ceará e a população – di-lo expressamente alguns jornalistas que cobrem as atividades do Parlamento cearense – se ressentem da ausência circunstancial da deputada Dra. Silvana, licenciada para tratamento de saúde. A parlamentar é uma das vozes que com firmeza se insurgem contra as pautas de esquerda que tentam impingir à sociedade brasileira e cearense um arcabouço legal que destoa totalmente das nossas mais caras tradições cristãs. Ao anunciar seu breve retorno ao Plenário da ALECE, a deputada reafirma as convicções nas quais assentam-se seus quatro mandatos como representante do povo cearense, ressaltando a necessidade de desconstruirmos o discurso hipócrita e falacioso da esquerda, o qual, tanto no Parlamento quanto em outros fóruns, insiste em vender gato por lebre. Com efeito, nos últimos anos, setores da esquerda política têm promovido pautas que frequentemente entram em conflito com os valores cristãos tradicionais. Para aqueles que valorizam a herança moral e cultural do cristianismo, tais iniciativas representam não apenas divergências políticas, mas um desafio direto aos princípios que sustentam a família, a vida e a fé. Impõe-se deixar claro, consoante afirma a deputada Dra. Silvana, que esquerda e cristianismo jamais se imbricam. Ao contrário, por conterem essências filosóficas e teológicas profundamente diferentes, somente se excluem. Apesar de um discurso falacioso que fala em socialismo cristão, essa é uma irmandade impossível. Ou se é cristão ou se é de esquerda, conforme sentencia a deputada. Notadamente aquela esquerda classicamente marxista, materialista, atéia, patrocinadora da violência revolucionária como caminho para a ascenção ao poder total no governo do Estado, a instalação da ditadura do proletariado. Aliás, é este o desiderato de todo socialista de qualquer matiz, ainda que tente ludibriar as pessoas maquiando a pregação com tintas de democracia e/ou de valores caros ao Cristianismo.

Exemplos não faltam. A esquerda, posando de solidária e humanista, tem promovido a inclusão da diversidade sexual no currículo escolar e defendido o reconhecimento de diferentes modelos familiares, incluindo casais homoafetivos. Embora essas medidas sejam justificadas sob a bandeira dos direitos humanos, elas frequentemente entram em choque com a doutrina cristã que sustenta a família como base natural da sociedade. A promoção de ideologias de gênero nas escolas pode confundir crianças e adolescentes sobre valores morais fundamentais e sobre a compreensão do casamento e da paternidade à luz da fé cristã. Ademais, não precisa ser especialista em assuntos filosóficos para saber que humanismo não é cristianismo. Os revolucionários assassinos da Revolução Francesa de 1789, por exemplo, se diziam humanistas. Mas, tudo fizeram para destruir a Igreja e a própria religião.

Outro ponto crucial é a legalização e o incentivo ao aborto, uma das pautas mais controversas e firmemente condenadas pelos cristãos. A esquerda defende que o aborto seja seguro, gratuito e acessível, desvinculando-o de qualquer consideração moral ou religiosa. Para a visão cristã, o aborto é uma violação direta do mandamento “não matarás”, e políticas que o incentivam representam uma afronta à dignidade da vida humana desde a concepção. Além disso, a promoção do aborto como direito reprodutivo pode desvalorizar a responsabilidade e a proteção da vida como um bem coletivo. A esse propósito, Norberto Bobbio, festejado sociólogo e filósofo italiano, no livro DIREITA E ESQUERDA, identifica a contradição da esquerda que se diz credora da defesa dos direitos humanos, enquanto defende o assassinato de um ser humano totalmente indefeso, ainda no ventre da mãe. Ora, não apenas nesse tema específico, mas em muitos outros, a esquerda é um poço de contradições. Havemos de observar que igualmente complicado e outro ponto crítico para a compreensão cristã é a defesa que a esquerda faz da pesquisa com células-tronco embrionárias, da eutanásia e do suicídio assistido. Para a ética cristã, a vida humana possui sacralidade intrínseca, desde a concepção até a morte natural. Políticas que incentivam a eutanásia ou a manipulação de embriões criam precedentes perigosos, permitindo que a vida seja instrumentalizada e desvalorizada.

Outro ponto de tensão é a intensificação do estado laico, que resulta na remoção de símbolos e práticas religiosas de espaços públicos e na tentativa de excluir o ensino religioso das escolas. Embora a separação entre Igreja e Estado seja legítima, quando levada ao extremo, a laicidade pode se transformar em uma hostilidade aberta contra a fé cristã, reduzindo sua influência positiva na formação moral e ética da sociedade. Sem esquecermos que mesmo devendo imprescindível respeito às minorias, mais ainda o respeito às maiorias constitui um pré-requisito para a convivência democrática. A maioria do povo brasileiro é cristã e expressa sua fé nas mais diversas denominações que têm os ensinamentos do Cristo como fundamento central de sua crença. Seria, portanto, uma ditadura do pensamento aceitar-se que uma minoria de materialistas e ateus – ou mesmo pseudo-cristãos oportunistas – dite regras a serem obedecidas por uma maioria.

Movimentos progressistas frequentemente questionam o secundário papel da mulher na Igreja, a moral sexual cristã e outros dogmas tradicionais. Em primeiro lugar, quem assim pensa desconhece a economia eclesial de várias denominações, onde a mulher tem papel preponderante, ainda que não pertença ao magistério ordenado. É só olhar sem preconceito para as muitas ordens femininas na Igreja Católica e o elevado número de mulheres que alcançaram a glória dos altares. No campo protestante/evangélico as mulheres exercem diversificadas atividades na seara do SENHOR e algumas Igrejas ordenam pastoras. Embora o debate interno seja natural, a pressão externa para alterar esses princípios interfere na liberdade da Igreja de viver e ensinar sua fé. Essa postura pode gerar confusão entre os fiéis e enfraquecer o ensino moral que sustenta a coesão social e familiar.

Embora a liberdade de expressão seja essencial, a promoção de obras artísticas e culturais que ridicularizam ou desafiam valores cristãos, recebemos essas manifestações como um ataque direto à fé. A marginalização do respeito religioso em nome do pluralismo cultural cria um ambiente em que os princípios cristãos tradicionais são constantemente relativizados ou atacados. E esse desatino, artistas da esquerda, muitas vezes financiados com recursos públicos, praticam insistentemente, até como um exercício de provocação no contexto de uma guerra cultural que se expande. Porém, logo se vitimizam quando diante da mínima reação dos cristãos. Não esqueçamos também a feitura de leis que promovem igualdade de gênero e direitos LGBTQIA+, que frequentemente entram em conflito com normas e tradições religiosas, definições morais dogmáticas inscritas na Bíblia e na consciência de qualquer cristão. Embora a defesa da dignidade de todos seja legítima, a imposição de normas que contradizem a moral cristã configura uma imposição que limita a liberdade da Igreja de ensinar e viver seus valores.

Enfim, as pautas promovidas por setores da esquerda representam desafios significativos à tradição cristã, pois questionam princípios fundamentais da vida, da família e da fé. É legítimo buscar justiça social e direitos iguais, mas não à custa da marginalização ou relativização da moral cristã. Para a sociedade, é de suma importância encontrar um equilíbrio que respeite a liberdade individual sem comprometer os valores que sustentam a coesão moral e cultural herdada do cristianismo. Por isso, numa sociedade altamente relativista como a em que vivemos, uma “sociedade líquida”, segundo o pensamento de Baumann, os cristãos precisam ter no Parlamento representantes com o destemor e a disposição para o enfrentamento igualmente a deputada Dra. Silvana. Uma voz cristã que sabe perfeitamente importar antes agradar a Deus do que fazer a vontade dos modismos do mundo. (Atos 5.29)

Barros Alves é jornalista e poeta

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

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