“Dia do Orgulho Autista: Por uma Justiça Inclusiva e Consciente” – Por Laís Albuquerque

Laís Albuquerque é advogada. Foto: Arquivo Pessoal

Com o título “Dia do Orgulho Autista: Por uma Justiça Inclusiva e Consciente”, eis artigo de Laís Albuquerque, advogado do Instituto Renan Azevedo. “É por meio de ações jurídicas que muitas famílias conseguem garantir que seus filhos tenham acesso à escola com um acompanhante, a terapias essenciais que são frequentemente negadas pelos planos de saúde, ou ao direito de frequentar um espaço cultural adaptado”,expõe a articulista.

Confira:

Celebrar nesta quarta-feira, 18 de junho, o Dia do Orgulho Autista, é, antes de tudo, reconhecer que o orgulho só pode existir plenamente onde há respeito, garantias e dignidade. Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) ainda enfrentam, no Brasil, barreiras invisíveis e concretas para exercer seus direitos mais básicos. Inclusão não é apenas estar presente, é participar com equidade, com apoio e com o devido reconhecimento das diferenças. E isso só é possível quando o Direito cumpre sua função social.

Na prática, é por meio de ações jurídicas que muitas famílias conseguem garantir que seus filhos tenham acesso à escola com um acompanhante, a terapias essenciais que são frequentemente negadas pelos planos de saúde, ou ao direito de frequentar um espaço cultural adaptado. Não raro, famílias só conseguem acessar esses direitos depois de uma batalha judicial.

Também no mundo do trabalho, o sistema falha, pois poucas empresas estão preparadas para acolher o profissional autista com respeito às suas necessidades. É um sistema que exige esforço demais de quem já lida com tantos desafios.

Lamentavelmente é comum encontrarmos mães que lutam há meses para conseguir um simples atendimento fonoaudiológico para os filhos. Elas choram não pelo diagnóstico, mas pela ausência de apoio do Estado. São histórias que nunca me saem da memória. Porque é ali, na escuta do drama individual, que o Direito precisa ser humano. O orgulho autista não pode ser uma data decorativa. É um grito por justiça. E justiça, quando aplicada com empatia, transforma vidas.

*Laís Albuquerque

Advogada no Instituto Renan Azevedo.

COMPARTILHE:
Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram
Email

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais Notícias