Com o título “Dignidade já!”, eis artigo de Gonzaga Mota, professor aposentado da Universidade Federal do Ceará e ex-governador do Estado. Ele segue a tese de que é preciso mudar o conceito de “minoria” por parte da ONU.
Confira:
A dignidade da Pessoa Humana, direito fundamental e inviolável de todos os cidadãos e cidadãs, representa a base da ordem social, política e econômica. Como consequência surgem os conceitos de justiça, evidenciando a igualdade de oportunidades e de democracia, ressaltando a noção de liberdade.
Por outro lado, nos dias atuais, o conceito de minoria aceito pela ONU precisa ser revisto. Quando foi concebido, os grupos de pessoas com características étnicas, linguísticas ou religiosas, em muitos países, eram e ainda são discriminados e vítimas do preconceito. Juntaram-se, principalmente, os excluídos.
Portanto, o que era minoria transformou-se em maioria, em decorrência, em grande parte, de políticas públicas inadequadas adotadas por governos de diferentes ideologias. As minorias de hoje são representadas pelas elites políticas e econômicas. As maiorias, por sua vez, pelos deserdados e excluídos.
Dessa forma, a ação política e administrativa dos países deve ser conduzida por um planejamento objetivo, global e atento ao princípio da solidariedade humana, sob pena de não sabermos onde chegaremos. Convém esclarecer que a relação entre os povos deve ser realizada enfatizando-se os aspectos políticos e culturais e não apenas os econômicos e financeiros, com vistas a se alcançar uma solidariedade universal, ou seja, a paz.
Ademais, as ações econômico-financeiras devem ter por objetivos, de um lado, proporcionar condições para a superação dos desníveis sociais e, de outro, permitir o surgimento de fatores capazes de melhorar a realização de investimentos públicos e privados, visando uma expansão ao nível de emprego e de renda das populações.
*Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC e ex-governador do Ceará.