Gustavo Lima já era apreciador de café quando tornou-se produtor no maciço de Baturité.
“Eu queria começar, mas não sabia como. Fiz capacitações e treinamentos para plantar, colher e beneficiar o café especial. Vendíamos na praça, em Guaramiranga, em uma bike emprestada (risos) e, com muito orgulho, começamos a nossa história. Pouco tempo depois, trouxemos o produto para Fortaleza, mais especificamente pra feira Aue e também tivemos muito sucesso”, explica o proprietário, Gustavo Lima.
Em uma segunda fase da caminhada com o café, o casal decidiu investir na torrefação. Nasce, assim, a marca Uritu, com o apoio do professor do curso de design da UFC, Leonardo Buggy. Uritu vem do latim e significa queima. Hoje a Uritu oferece ao cliente a experiência de levar pra casa cafés de todo o Brasil. São cerca de cinquenta produtores parceiros espalhados por todo o país. A acolhida da visita é com a degustação dos cafés especiais. Os preços dos pacotes variam de trinta a setenta reais. Alguns supermercados, como os Mercadinhos São Luiz, já oferecem os cafés gourmet da Uritu.
A experiência do café calda de pudim, segundo os proprietários, inicia com as primeiras notas de sabor de frutas amarelas, como laranja lima, de acidez bem sutil. Depois, surge uma doçura frutada e cremosa, como uma tâmara. Por último, o aroma e o sabor lembram uma calda de açúcar bem caramelizada, inconfundível, como uma calda de pudim.
Além de cafés com notas de camomila, maçã verde e mel, a Uritu tem um blend exclusivo desenvolvido com a própria e pura fava da baunilha (sim, a original) e grãos de torra média. “Uma saca de sessenta quilos de um café especial custa três mil reais, enquanto o café, digamos, mais comum, sem processos de produção tão rigorosos, que não possui certificação internacional, custa menos da metade do valor. Ficamos felizes por ver o café especial brasileiro ser cada vez mais valorizado. As pessoas estão conhecendo melhor o nosso ouro negro. Um café especial possui mais de mil e quinhentos compostos aromáticos. O cuidado é do pé à xícara”, conta Virllane Nogueira, sócia da Uritu.
A loja fica em um casarão antigo, todo revitalizado, na rua Dona Leopoldina, em Fortaleza. Além dos cafés, licores e dos workshops sensoriais relacionados à bebida, a Uritu também dispõe de produtos para aquisição, como prensa francesa, filtros de acrílico e porcelana e outros produtos que fazem toda a diferença no sabor da bebida.
Qual seu método preferido?
Preferi, nessa matéria, trazer toda a história da caminhada do Gustavo e da Virllane pra você entender o quanto é importante correr atrás do que acredita. Eles tinham um propósito, muita determinação e foram buscar qualificação para hoje terem excelência no que produzem.
Orgulhar-se da própria caminhada é um grande passo para entender o que está por trás das marcas de sucesso, dos produtos que entram em nossos lares todos os dias.
A vida do empreendedor é feita de sonhos e de uma trajetória de muita luta e conquistas.
Vida longa ao café Uritu!
Lançamento do livro Entre Quadros e Balões
Quem se lembra da livraria Lua Nova, ali no Benfica? A escritora cearense, Kami Girão, em seu novo romance, revive a famosa livraria de Fortaleza.
A obra Entre Quadros e Balões conta com 240 páginas. É uma edição independente e narra a história de Ian e Nara, duas pessoas que compartilham o amor por histórias em quadrinhos e o luto por Lizandra, jovem que faleceu prematuramente. Para lidar com a perda, os dois precisarão superar as adversidades e trabalhar em conjunto. Este é o quarto trabalho publicado da escritora, que conta também com os títulos Fisheye (2021), Outubro (2013) e Yume (2011).
Um dos cenários mais importantes da obra, a comic shop Próxima Página, foi inspirada na antiga casa que fora o endereço da Livraria Lua Nova, localizada na Avenida Treze de Maio, fechada desde 2016. A casa, hoje já demolida, é reconstruída a partir da memória da autora. “Pedi a um amigo arquiteto para que ele me descrevesse a parte mais estrutural com base em fotos que encontrei na internet. A vida dessa casa na narrativa, porém, foi resultado do que eu me lembrava e do meu sentimento a respeito do edifício. Eu adoraria que aquele lugar fosse abrigo de outra loja assim”, conta.
O livro está com lançamento programado para o dia 18 de maio, às 17h, na cafeteria Tipo Café. A mediação do evento será realizada pela jornalista e escritora Isabel Costa e exemplares da obra serão vendidos no local a preço de capa (R$ 54,90).