Com o título”Doença de Parkinson”, eis artigo de José Maria Pontes, médico e ex-vereador de Fortaleza.
Confira:
Tenho um grande amigo que se encontra com Doença de Parkinson e, por uma questão ética, não vou revelar seu nome, apesar de ele ter declarado publicamente. O número de pessoas com essa doença aumenta com o avançar da idade, como Alzheimer, Câncer e Diabetes Mellitus, além de outras. Neste texto vou me restringir apenas à Doença de Parkinson, já que em outros textos já abordei essas outras doenças.
A Doença de Parkinson não tem cura, mas tem controle e incide mais em homem que em mulher, na proporção de 2:1.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 1 a 2% da população mundial acima de 65 anos é portadora de Parkinson, uma doença neurodegenerativa que apresenta diminuição de um neurotransmissor chamado de dopamina produzida no sistema nervoso central e que, entre suas funções, está a atividade motora.
Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum no idoso, perdendo apenas para a doença de Alzheimer em termos de prevalência.
Os primeiros sintomas geralmente estão relacionados com tremores, quando a pessoa se encontra em repouso, com tremores nas mãos, nos pés e, eventualmente, pode ser também na mandíbula. A diminuição ou perda do olfato, que nem sempre acontece, pode aparecer muitos anos antes dos outros sintomas, o paciente anda e fala mais devagar, uma perna se move com mais dificuldade do que a outra, a letra geralmente diminui de tamanho e a assinatura se modifica; também pode ocorrer rigidez muscular e lentidão dos movimentos em geral.
Em relação aos tremores vale lembrar que existe uma condição neurológica de fundo genético chamada “Tremor Essencial” que pode ser confundida com a Doença de Parkinson e que vamos tratar em um outro momento.
O paciente com Parkinson pode também apresentar constipação, mais conhecida como intestino preso e que pode aparecer bem antes dos sintomas motores do Parkinson.
Distúrbios do sono também pode anteceder a outros sintomas e sinais presentes nesta doença, a pessoa fala, grita, fica agitado e tem pesadelo. A depressão também pode anteceder a outros sintomas.
Em relação ao tratamento, deve ficar bem claro que os medicamentos tratam os sintomas, mas não levam à cura e o tratamento tem que focar também no retardo da evolução desta patologia.
A atividade física e a dieta são importantes para retardar a sua evolução.
Existe também tratamentos alternativos para Parkinson. Quando o paciente não responde bem aos medicamentos, pode ser indicada a cirurgia para a estimulação cerebral profunda com o objetivo de controlar os sintomas da doença e melhorar sua qualidade de vida.
Aconselha-se o consumo de sementes, vegetais verdes, frutas vermelhas e frutas cítricas(laranja, tangerina e limão), entre outras. O consumo de carnes brancas (franco e peixe) é importante para evitar a sarcopenia (perda de massa muscular).
Evitar alimentos ultraprocessados, elevar o nível de HDL (o bom colesterol), tratar a hipertensão, evitar carne vermelha, consumir alimentos com ÔMEGA 3 e evitar cigarro e bebida alcoólica.
Alguns estudos têm mostrado que a vida média de um paciente diagnosticado com Parkinson é de 10 a 25 anos, mas se for acompanhado por bons neurologistas, fisioterapeutas, nutricionistas e outros profissionais de saúde, pode superar este intervalo.
*José Maria Arruda Pontes
Médico e ex-vereador de Fortaleza.