Lembro-me desse setembro de 2023 como se fosse ontem. O meu amigo Eliomar de Lima me convidou para ser colunista no seu recém-lançado Blogdoeliomar. Senti-me lisonjeada e não demorei nem dois segundos para responder que gostaria de preencher esse espaço com a literatura. Já havia participado da Bienal Internacional do Livro do Ceará, conhecido autores independentes, editoras e eu tinha a certeza de que a literatura cearense ainda precisava ser mais explorada e divulgada.
“Hoje, quando muita gente busca espaços alternativos fora dos circuitos editoriais tradicionais, as colunas independentes, substack, blogs, cumprem funções valiosas para quem ama literatura. Permitem que leitores e escritores se encontrem, troquem ideias, e acompanhem de perto processos criativos. Muitas vezes há comentários que criam uma sensação de proximidade. Diferentes vozes, estilos e gêneros podem circular sem depender do mercado editorial. Jornais e revistas publicavam ensaios e crônicas que ajudavam a formar leitores. Hoje esses canais são uma espécie de herdeiros desse lugar, mas, mais acessíveis e globais. O escritor pode publicar em tempo real, testar formatos híbridos, algo que o livro impresso nem sempre permite. Para quem não dispõe de tempo livre, um texto curto numa newsletter ou coluna, pode servir como porta de entrada para novos gêneros, autores e obras. Ou seja, eles não substituem o livro, mas funcionam como ponte, entre leitores, autores, e o próprio ato de pensar a literatura”, aponta Lucirene Façanha, escritora e colunista da Revista Sarau.
De lá pra cá, semanalmente, como um ritual, levei para o leitor dicas de livros, entrevistas com escritores que são inspiração como também dei espaço aos que almejam mais visibilidade. Aline Bei, Cleudismar Maria, Braulio Bessa, Vera Marques, Mailson Furtado, Neli Frutuoso, Paulo Vanderley, Ana Márcia Diógenes, Luziana Lourenço, Isabela Martan, Stênio Gardel e tantos outros que passaram por aqui até hoje e tiveram (e ainda têm) vários parágrafos, fotos, destaque e respeito, independentemente do número de seguidores ou da popularidade. Do escritor premiado pelo Jabuti ao pizzaiolo que sonha em ser um escritor reconhecido.
“A coluna Cafezim com Leitura não é só uma seção de blog: é uma varanda aberta onde a Literatura Cearense puxa a cadeira, senta e proseia. O jornalismo ali não vem de tom formal, vem com a palavra boa e leve, trazendo notícia com a dignidade de quem respeita a inteligência do leitor. É espaço saudável porque respira ar fresco, diverso porque cabe gente de todo sotaque, plural porque a conversa nunca se fecha em uma só voz. Nesse cafezim, cada texto é um gole quente que acorda a cabeça e adoça a língua, deixando no fundo da xícara aquele gosto de querer mais. E quem se destaca mesmo é a Literatura Cearense”, comentou o poeta e professor Bruno Paulino, autor de “A Menina da Chuva”.
Coloquei um pouquinho de lenha na fogueira quando perguntei para o Raymundo Netto se livro é melhor que filme, conheci clubes de leitura como o “Leituras Paralelas”, que viraram fonte para esta coluna (e ganhei a Mirna Frota como amiga virtual), reencontrei um amigo querido (Rafael Caneca) que tem mais tempo de convivência com a literatura do que eu e tivemos altos papos e algumas entrevistas, emocionei-me quando Bráulio Bessa falou-me que nem todo mundo é poeta, mas todo mundo é poesia, alertei-me quando Aline Bei disse que no processo de escrita, pensar o texto é mais importante que pensar o próprio livro e, enquanto há muito sonho de ser escritor e pouca escrita, concentre-se na escrita.
“Um espaço dedicado à literatura tem importância ímpar, pois informa sobre eventos literários, lançamentos de livros, dialoga com os elos do livro e traz para a vida das pessoas, leitores e futuros leitores a cena literária”, diz Maura Isidório, orientadora da Célula do Livro, Leitura e Literatura.
Foram tantos aprendizados e encontros que renderam bons frutos que senti até sede. Aliás, sede aqui a gente matou com café, café da serra de Baturité, café Uritu, café da Chacra Cafeteria, café da Sublime, café da Alê Patisserie. Essa combinação deliciosa fez a coluna ficar leve, ainda mais movimentada. Provei café turco café premiado de Baturité e o raro café Jacu, aquele famoso pela referência às fezes de um pássaro.
“A coluna “Cafezim com Literatura” da jornalista Mirelle Costa é uma coluna que escreve com o coração! A Mirelle consegue unir dois universos que despertam afeto e pertencimento: o café, símbolo de encontro, pausa e prazer cotidiano, e a literatura, que inspira reflexão e imaginação. Ao divulgar cafeterias com os seus textos sempre precisos, que tocam o coração e aguçam a imaginação do leitor e o querer conhecer o local, a coluna transforma simples visitas em experiências culturais, valorizando os espaços locais como pontos de encontro, descobertas de sabores e incentivo ao conhecimento do mundo do café e da história que está por trás de cada empresa. Assim, ela não promove, apenas, cafeterias, mas, também cria, um elo entre a cultura do café e o leitor. Somos fã de carteirinha!”, conta.
Ser colunista do Blogdoeliomar com a coluna Cafezim com Literatura aguçou todos os meus sentidos.
Desejo vida longa a esse espaço. Agradeço ao Mestre Eliomar de Lima pela oportunidade e liberdade e aos meus leitores pela parceria.
Teremos novidades, pois, em breve, vou estrear um podcast.
A literatura PRESTA, Meu Povo \0/
Ver comentários (2)
Maravilha
Adorei participar
Fantástico.
Obrigado a você e ao Eliomar.
Destaco:
É espaço saudável porque respira ar fresco, diverso porque cabe gente de todo sotaque, plural porque a conversa nunca se fecha em uma só voz.