“E hoje? A quantas anda o rádio? Tem futuro? Seus profissionais ainda respeitam o veículo e o ‘amado ouvinte’?”, aponta o professor e historiador João Teles
Confira:
Jorge Curi e Waldir Amaral, comandavam o grande escrete, da Globo (RJ), uma autêntica escola radiofônica. Homens que narravam futebol, de forma que fazia a gente se arrepiar todo: “45 minutos cravados, de luta, no Maraca!”, berrava Curi, situando o ouvinte, no tempo.
No início da partida, a gente ouvia: “Zico pega a pelota, trabalha a bola, joga pra Adílio, o couro chega a seu destino. Lá vai ele, caminhando; entrega a Tita, Tita a Júnior. Lá vai o Capacete… Como joga Leovegildo Lins Gama Júnior! Vai, Mengão!”
Jorge era poético. Um mágico, que empunhava microfone. Para ele, Leandro era o Peixe Frito; Zico, o Galinho.
O Ceará também teve grandes nomes; comecei a gostar do José Maria Félix, narrador esportivo da Rádio (Católica) Educadora, se Sobral. Já na capital (década de 80), era tempo de conhecer Gomes Farias, o narrador da Rádio Verdes Mares, da Verdinha, que transformava os estádios, em programa de auditório; “Um gigante da comunicação esportiva!”, diziam à época. O homem de rádio de Ipu é bom todo e está aí na militância até hoje. Farias influenciou Tom Cavalcante, no humor e muita gente, no rádio.
E hoje? A quantas anda o rádio? Tem futuro? Seus profissionais ainda respeitam o veículo e o “amado ouvinte”?
Não sei; não sou do ramo. Mas o que se sabe, é que o rádio precisa de outro rumo. Precisa voltar a envolver a sociedade, a debater grandes temas; a investigar e praticar algo importante, no Jornalismo: apurar.
Que o futuro venha e que o rádio e sua pratica cotidiana aprimore-se, para o bem dele mesmo e para gáudio do ouvinte, sempre sedento de boas informações sadias e de Cultura!
João Teles de Aguiar é professor, historiador e integrante do Projeto Confraria de Leitura