Em artigo sobre a pré-candidatura de Capitão Wagner à Prefeitura de Fortaleza, o jornalista Nicolau Araújo avalia o esvaziamento do capital eleitoral do líder da primeira pesquisa, nos próximos meses. Confira:
Líder na primeira pesquisa às eleições de Fortaleza, Capitão Wagner, do União Brasil, não saiu tão valorizado como deveria. Mas se encontra em sua melhor cotação para aliança ou composição de vice. Sim, o líder da pesquisa Atlas, divulgada na terça-feira, 2 de janeiro, precisa urgentemente ser “arrebatado”, antes que seu capital político comece a ruir, diante de um eventual crescimento das pré-candidaturas de André Fernandes (PL) e Eduardo Girão (Novo), por meio do eleitorado antipetista, antiferreiragomes, da direita e da extrema-direita.
Na verdade, Wagner nunca possuiu o capital eleitoral dos últimos pleitos majoritários. Ele apenas centrava em si os votos do eleitorado contra a esquerda e contra o grupo político que há quase duas décadas comanda o Estado e a capital cearense.
Mas agora a concorrência chegou…
Os 13%/14% de André Fernandes impressionam e já denunciam a forte migração de um eleitorado extremismo de direita. Isso acontece de forma prematura pelo não apoio declarado de Capitão Wagner ao então candidato Jair Bolsonaro, ao Palácio do Planalto, em 2022. E o esvaziamento do pré-candidato do União Brasil tende a acelerar, assim que o eleitorado de Fortaleza passar a conhecer o perfil do pré-candidato Eduardo Girão, que largou com um inexpressivo 1.5%/1.6%. O atual senador cearense deverá receber parte do eleitorado que segue com Wagner, por não confiar no discurso de Fernandes.
Outra aflição de Capitão Wagner é largar já no empate com o prefeito Sarto (28.6% a 25.6%). Sem ter de onde captar votos do eleitorado que apoia Lula/Camilo/Elmano e sem a legitimidade de uma candidatura antiesquerdista, Wagner será ultrapassado em breve por Sarto, diante do uso da máquina municipal, e no decorrer dos próximos meses pela candidatura do PT, com apoio da máquina estadual (Luizianne, 15.3% / Evandro Leitão, 14.2%). A depender do apoio a ser recebido por André Fernandes, por parte de bolsonaristas, Wagner perderá ainda mais uma posição na corrida ao Paço Municipal.
Os próximos três meses definirão os rumos de Capitão Wagner em Fortaleza, não a caminho da Prefeitura, mas a melhor oferta pelo seu apoio.
A insistir em um crescimento que não ocorrerá, Wagner passará vexame maior que em 2022, quando perdeu a disputa ao Palácio da Abolição no primeiro turno e quase deixou de eleger a esposa Dayany do Capitão, à Câmara Federal, última dos quatro do União Brasil eleitos e com diferença de menos de 1,5 mil votos para o desconhecido Vanderlan Alves.
Nicolau Araújo é formado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará, especialista em Marketing Político e com passagens pelo O POVO, DN e O Globo, além de assessorias no Senado, Governo do Estado, Prefeitura de Fortaleza, coordenador na Prefeitura de Maracanaú, coordenador na Câmara Municipal de Fortaleza e consultorias parlamentares. Também acumula títulos no xadrez estudantil, universitário e estadual de Rápido