“O mau exemplo do Fortaleza inspira outros times nordestinos a se rebelarem contra um sistema que por décadas tem retirado talentos da Região”, aponta o jornalista Nicolau Araújo
Confira:
Em uma inédita participação de cinco equipes nordestinas no Brasileirão, desde 2003, quando da primeira edição do atual sistema de disputa de 20 clubes, é natural que dois ou lamentavelmente três times retornem à Série B do próximo ano, sem a possibilidade do acesso do CRB, único representante do Nordeste na Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro.
Com duas equipes nordestinas na Série A de 2026, quatro na Série B – assim como não sobe, o CRB também não cai -, quisera mais duas ou três com os acessos da Série C de CSA, Náutico e Confiança/Floresta, a normalidade do futebol nacional estaria de volta, para a alegria da cartolagem dos chamados grandes clubes, de dirigentes da CBF e de patrocinadores que não enxergam o Nordeste como um novo investimento, quando passaram a reclamar do encarecimento de contratos de patrocínio pela demanda reduzida do número dos grandes na elite do futebol brasileiro.
Firmado o “pacto da mediocridade” em desfavor do Nordeste, há de ser de fundamental importância a queda do Fortaleza para a Série B do próximo ano, diante da ousadia da equipe cearense pela quarta colocação, em duas edições do Brasileirão, pelas participações em Libertadores e finalista da Sul-Americana.
O mau exemplo do Fortaleza inspira outros times nordestinos a se rebelarem contra um sistema que por décadas tem retirado talentos da Região, a preço de banana, para a reposição dos elencos dos chamados grandes, quando esses negociam atletas para outros países. E a lista vai além de Jardel, Mirandinha, Celso Gavião, Nunes, Bebeto, Cafu, Rivaldo, Aldair, Dida, Firmino…
A queda do “Lion”, que começa a cair em desuso por narradores e comentaristas, seria a prova que sonhar em ser grande não passa de sonho.
O Fortaleza, de volta à Série B, acarretaria prejuízos no cancelamento de patrocínios, fim do contrato da transmissão de jogos, queda no preço de camisas do time, outros danos mais… Natural o clube acumular dívidas, pois não conseguiria manter o atual elenco e suas rescisões, o que poderia assegurar ao sistema a continuidade do castigo de uma pífia campanha na Segundona, pela ousadia de um pequeno em figurar entre os grandes.
E esse filme nós já assistimos, por longos e intermináveis oito anos…
Nicolau Araújo é jornalista pela Universidade Federal do Ceará, especialista em Marketing Político e com passagens pelo O POVO, DN e O Globo, além de assessorias no Senado, Governo do Estado, Prefeitura de Fortaleza, coordenador na Prefeitura de Maracanaú, coordenador na Câmara Municipal de Fortaleza e consultorias parlamentares. Também acumula títulos no xadrez estudantil, universitário e estadual de Rápido
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E as previsões são sombrias.
Basta ver o Athletico Paranaense, antigamente um FURACÃO, hoje um ventinho, um sopro!