“A adoração e fascínio dos fãs e os protestos atônitos de religiosos e moralistas, incrementaram sua fama e projeção espetaculares”, aponta Magno Ponte, integrante da Academia Cearense de Cinema.
Confira:
Neste texto, minha homenagem vai para a musa Brigitte Bardot, que recentemente completou 90 anos de idade!!
Nascida em Paris, em 28.09.34 , vinda de família rica, destacou-se desde cedo pelo talento de bailarina e pela beleza provocante e atrevida, realçada de forma absolutamente natural em seu corpo esguio e gracioso de adolescente.
Aos 16 anos, uma foto despretensiosa de Brigitte, tirada por uma parente, estamparia a capa da revista Elle, a principal publicação francesa de moda.
Tem início então, uma escalada vertiginosa de celebridade da jovem starlet francesa, que se tornaria um dos maiores fenômenos de popularidade e publicidade do século XX, tornando-se um simbolo sexual absoluto para duas gerações!
No Cinema desde 1952, passou os primeiros anos fazendo pequenos papéis, até que seu então marido ( o polêmico cineasta Roger Vadim, que ainda se casaria com Catherine Deneuve e Jane Fonda! ) numa jogada oportunista de marketing e sensacionalismo traria a fama internacional para ela, com o célebre E DEUS CRIOU A MULHER ( 1956), em que explora sua nudez total e deslumbrante, numa obra que lançaria uma abordagem erótica inédita no cinema, causando escândalos e proibições em diversos países !
Brigitte Bardot seduzia o mundo com sua sensualidade animal, desinibida e ingênua! Tanta ousadia e a incrível naturalidade ao se mostrar nua, resultaram num sucesso estrondoso!
“Brigitte não é imoral nem amoral, é realmente livre!”, disse Vadim.
A adoração e fascínio dos fãs e os protestos atônitos de religiosos e moralistas, incrementaram sua fama e projeção espetaculares!!
A partir de então, tornaria-se simplesmente BB, suas iniciais e marca registrada para sempre ( assim como Marilyn Monroe e Claudia Cardinale se consagrariam como MM e CC).
Tudo relacionado a ela virava notícia mundial ( seus casamentos, amantes, tentativas de suicídio, polêmicas políticas e de opiniões…).
Sua carreira no cinema teve alguns momentos marcantes, que atestaram seu talento dramático, em grandes filmes como: A VERDADE ( 1960), um drama impactante dirigido por H-G.Clouzot, onde a estrela brilha fortemente; seu prestígio de atriz se consolidaria com VIDA PRIVADA (1961), de Louis Malle e O DESPREZO ( 1963), de Jean Luc Godard.
Teria ainda alguns momentos interessantes em VIVA MARIA (1965), também de Louis Malle, onde faz dupla com Jeanne Moreau e no western SHALAKO ( 1968), contracenando com Sean Connery, neste filme de Edward Dmytryk.
Nunca se interessou por Hollywood, tendo focado sua carreira em sua querida França, onde faria seu último filme, o 51°, em 1973, chamado COLINOT, se despedindo em definitivo das telas, com 39 anos apenas, quando ainda era uma das mulheres mais populares do mundo.
E para quem a questionava, respondia : ” Vinte anos de Cinema me bastam!!”
Na verdade, sua vida libertária, romances e tribulações chamaram muito mais atenção que seus filmes.
Seu espírito livre, e a vida despreocupada curtindo a natureza, com prazeres e sem preconceitos, associados às praias paradisíacas de Saint Tropez, onde viveria reclusa, tornaria a região sinônimo de exclusividade e requinte. Outro paraíso litorâneo associado a BB, foi Búzios, no Rio de Janeiro, onde passou temporadas nos anos 60, promovendo fortemente o turismo na região ( em agradecimento, um dos cinemas da cidade recebeu o seu nome).
Após se afastar do cinema, se dedicou à causa da proteção aos animais ( assim como Doris Day nos EUA), trazendo uma repercussão imensa para esta luta. E criou em 1986, a Fundação Brigitte Bardot, atuando com muito afinco na defesa dos animais no mundo inteiro, incluindo protestos veementes contra a festa da “farra do boi”, realizada no Brasil.
Autêntica, assume suas convicções com a mesma personalidade de sempre:
” Eu choco as pessoas porque não tenho pudor. No passado, mostrava isso tirando a roupa. Hoje, dizendo o que penso “.
Uma atriz que virou uma personagem da História!
Magno Ponte é integrante da Academia Cearense de Cinema