Com o título “Ele é miliciano, frouxo, covarde e drogado, mas é meu aliado agora”, eis o título da coluna “Fora das 4 Linhas”, assinada, nesta quinta-feira, pelo jornalista Luiz Henrique Campos.
Confira:
Há uma lógica interessante na política partidária que diz respeito a relativização das acusações contra os adversários de ocasião. Assim, o miliciano, o frouxo, o covarde, o filhote de coronel, ou o drogado de outrora, podem vir a ser aliados de momento, a depender das circunstâncias a reger as perspectivas de poder, ou os podres poderes. Não importa aqui a nova ou a velha política, pois se Fernando Henrique Cardoso já disse “esqueçam o que escrevemos no passado, porque o mundo mudou e a realidade hoje é outra”, o nosso Totó, ex-governador Gonzaga Mota, foi mais direto, ao propugnar, ser a política dinâmica.
Não é portanto de causar espanto situações como estamos a ver agora na política de vez em quando, como se fossem imaculados os que chegam com caras novas e limpas se dizendo a renovação de métodos e costumes, propondo uma nova forma de fazer política. Nova em que sentido, caras pálidas? Se antes levava-se tempo para conhecer o político, pois isso se construia com a história, hoje isso é passado. Os novos já não ligam mais para as mazelas que mancham a velha política e se refestelam elegendo mulheres, pais, maridos, sem contar a distribuição de cargos caracterizando o nepotismo cruzado nos gabinetes de correlegionários.
Sem pudor, esses jovens se profissionalizam na política sem antes sequer terem exercido outra profissão na vida, e acusam os demais de usarem o estado como meio de ganhar dinheiro. O alvo é simplesmente estar no centro das atenções, pois isto lhe gera audiência e a manutenção de seus mandatos, além da extensão destes a seus próximos. Se dizem tementes a Deus e defendem a família, mas se contradizem em quase tudo, agredindo os adversários de hoje e esquecendo tudo amanhã, como se Deus não estivesse vendo.
Destes novos políticos não pode esperar nada, já que apesar da idade, nasceram velhos de espírito e os aproxima a escória que já perdeu o prumo da história. O que me incomoda é ver o quanto seus seguidores fazem malabarismos para justificar as contradições expostas por discursos que não conseguem resistir às lufadas da coerência, e que, sem perceber, mesmo enchendo os consultórios psicológicos, vão se tornando ranzinzas, nervosos e fechados em guetos, mas firmes na defesa dessa nova casta a se refestelar com as benesses do poder.
*Luiz Henrique Campos
Jornalista.
Uma resposta
Mas essa é a nova realidade.
Quem não consegue aprovação em concurso público fica no Estado como terceirizado e são pagos muito melhores que os servidores de carreira em alguns Órgãos.
O pessoal de TI em diversos Órgãos ganham valores altos.
Mais de 300 professores das Universidades Estaduais conseguiram ganhar o teto de remuneração.
Servidores da SEPLAG, SEFAZ e outras categorias também estão ganhando esse teto.
Os grandes conseguem nomear esposas ou parentes para os Tribunais de Contas.
Dizem que esposas de ministros do STF dirigem escritórios de advocacia.
Os juízes ganham valores muito superiores ao teto remuneratório.
E os servidores que dizem ser de categorias simples, nível médio, recebem na UECE, por exemplo, salários quase igual ao salário mínimo e vale alimentação de R$ 16,00