“O arcadismo militar, nesse sentido, reafirma-se como espaço de estudo, criação e diálogo entre gerações”, aponta o jornalista e poeta Barros Alves
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Fortaleza tornou-se, neste fim de semana, o ponto de convergência da intelectualidade militar brasileira. A capital cearense é sede do Encontro Nacional das Arcádias estaduais, promovido pela Academia de Letras Militares Estaduais do Brasil (ALMEBRAS), reunindo representantes de diversos sodalícios estaduais, cujas trajetórias se entrelaçam pelo compromisso com a literatura, a história e o civismo. A abertura, realizada em solenidade de alto nível na Assembleia Legislativa do Ceará, espaço generosamente pelo presidente da ALECE, o deputado Romeu Aldigueri, marcou um momento simbólico para a cultura militar e para o nosso Estado. Em um ambiente onde a tradição encontra a contemporaneidade, as letras encontram a farda, e o espírito público encontra a produção intelectual, o evento reafirmou o papel essencial das instituições literárias militares na preservação da memória, da ética e dos valores republicanos.
Sob a presidência firme, serena e altamente respeitada do Coronel Carlos Furtado, o encontro tornou-se um marco de integração nacional. O líder da ALMEBRAS soube conduzir, com equilíbrio e visão, uma agenda voltada não apenas à confraternização entre academias, mas à continuidade do projeto maior de valorização da cultura militar como instrumento de cidadania. O Encontro está sendo anfitrionado com lhaneza pelo escritor, poeta e professor Coronel Marco Aurélio Macedo, presidente da Academia Cearense de Letras, Arte e Cultura Militar.
Entre os pontos altos da noite, destacou-se a posse de novos membros da ALMEBRAS, ocasião que conferiu não apenas honra pessoal aos agraciados, mas responsabilidade: a de continuar o legado de pensamento crítico, produção literária e defesa dos valores constitutivos da segurança pública e da vida em sociedade. Os novos imortais, ao assumirem seus assentos, ingressam numa tradição que une reflexão intelectual e ação cidadã. O arcadismo militar, nesse sentido, reafirma-se como espaço de estudo, criação e diálogo entre gerações. Também foram empossados os novos sócios honorários da Academia de Letras, Arte e Cultura Militar do Ceará, instituição igualmente vibrante, reconhecida pela seriedade com que fomenta o estudo da História Militar, da ética profissional, da literatura nos mais diversos gêneros, e das artes vinculadas ao universo castrense. A presença de seus representantes contribuiu para elevar ainda mais o brilho do evento.
O Encontro Nacional em Fortaleza destacou que a cultura militar não se limita aos muros dos quartéis: ela se expande no campo da escrita, nas pesquisas, nos ensaios, nos estudos sobre segurança pública, nas biografias, na preservação da memória institucional e nas reflexões filosóficas sobre a paz social. Academias como a ALMEBRAS e a Academia de Letras, Arte e Cultura Militar do Ceará desempenham papel fundamental na construção de uma visão mais humanista do serviço público. Através da literatura, elas revelam que por trás da farda há sensibilidade, há diálogo com as ciências humanas, há pensamento histórico e compromisso com o bem comum.
Realizar esse encontro na capital cearense foi um gesto de oportunidade e simbolismo. O Ceará se destaca pelo vigor de sua produção cultural, pela força de suas academias e pelo protagonismo de seus militares escritores. A Assembleia Legislativa, mercê da gentileza do presidente Romeu Aldigueri, ao abrigar a cerimônia de abertura, conferiu ao encontro a dignidade institucional que ele merece, reconhecendo o valor da cultura militar como parte essencial da identidade brasileira. O Encontro Nacional das Arcádias Estaduais de Letras Militares em Fortaleza, consolidou-se como um sucesso absoluto, tanto pela qualidade dos diálogos e manifestações oratórias, quanto pela integração entre os representantes de vários Estados. Reafirmou-se, ali, que a literatura militar é uma força viva, capaz de inspirar, registrar e transformar. E sob a presidência do Coronel Carlos Furtado, a ALMEBRAS demonstrou maturidade, organização e pleno compromisso com sua missão cultural. Por seu turno, o Coronel Marco Aurélio, munido de sua competência exemplar, soube acolher os confrades e confreiras de outros Estados com a diligência e dedicação que esses Encontros requerem. Fortaleza assistiu, portanto, não a uma simples reunião, mas a um capítulo luminoso da história intelectual militar do Brasil, capítulo que certamente ecoará nos próximos anos e alimentará novas gerações de escritores, historiadores e defensores da paz e da justiça.
Barros Alves é jornalista e poeta