Em uma sessão que durou somente 14 minutos, vereadores de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, aprovaram o fim do programa Bora Habitar, que destinou 3,6 mil lotes à população de baixa renda para a construção de moradias. Os beneficiados, com renda de zero a três salários mínimos, teriam até cinco anos para erguer suas casas.
A sessão foi conduzida pelo próprio presidente do Legislativo Municipal, Tanilo Menezes (PMDB), que não nomeou o que estaria em votação, apenas foi citado o número do projeto (201/2025), o que evitou a manifestação de dezenas de pessoas que acompanharam a votação. Da citação do número do projeto ao encerramento da votação, se passaram apenas 11 segundos, com um único voto contrário, o do vereador Neto do Planalto (Republicanos), que ficou de pé ao identificar o número do projeto, mas não pediu a justificativa do voto.
A mensagem para o fim do Bora Habitar partiu do prefeito Naumi Amorim (PSD), sob a justificativa que pretende usar os terrenos para outros fins.
O vereador Ratinho Cabral (AGIR) alegou que as pessoas que perderam seus lotes deverão ser incluídas no programa do governo federal Minha Casa Minha Vida, caso o Ministério das Cidades libere unidades para Caucaia.
Ministério Público
Ao acompanhar no ano passado todo o processo do programa Bora Habitar, desde a elaboração do projeto ao sorteio dos lotes, o Ministério Público do Ceará (MPCE) agendou para o próximo dia 26 uma audiência sobre os rumos do processo.
Pessoas beneficiadas efetuaram o pagamento de IPTU, além de gastos com os lotes.
(Colaboração do jornalista Nicolau Araújo)