Hoje vamos entender melhor do que se trata o PIB brasileiro e como este, impacta na rentabilidade dos investimentos e nas variações do mercado financeiro.
Definição de PIB
PIB (Produto Interno Bruto), vem a ser um dos indicadores econômicos mais usuais e que se propõe a declarar como está a temperatura da economia de uma nação. Foi criado em 1953 pelo economista Richard Stone, onde veio a se tornar uma medida universal, obedecendo à moeda de cada respectivo país.
Aqui no Brasil o seu cálculo é realizado pelo IBGE e exposto trimestralmente, e ao final de cada ano seus resultados são analisados pela comparação com os períodos de anos anteriores. A sua elevação significa que a economia está mais aquecida, ou seja, a economia do país está com maior atividade. Tal comportamento se define como bastante positivo, pois quanto maior for a atividade econômica de um país, significa que está havendo mais consumo, vendas e investimentos em sua área.
Em sentido contrário, quanto menor for o PIB, por lógica, teremos uma economia com menos performance, com traços de desaceleração.
Importante deixar claro, que o PIB é um indicador isolado, e que o seu valor final não traduz o dinheiro que a nação possui em seu caixa – Tal representação é dada pelo Tesouro Nacional.
Cálculo do PIB do Brasil
O PIB brasileiro é calculado pela soma de todos os produtos e serviços finais produzidos. Importante prestarmos atenção no termo finais. Este termo declara que, os itens primários ou intermediários da produção devem ser eliminados da conta, para que não haja uma dupla contagem.
Vamos a um exemplo utilizado pelo próprio IBGE, para entendermos melhor:
Vamos observar a produção do pão. Imagine que o país produziu R$ 100 de trigo. A partir disso, foram produzidos R$ 200 de farinha de trigo, o que foi suficiente para confeccionar R$ 300 de pão.
No cálculo do PIB, só os R$ 300 finais serão adicionados, porque os outros valores já estão embutidos nesse preço, entendeu? Dessa forma, ele já leva em consideração também os impostos e taxações.
Importante entender também, que o PIB brasileiro tem duas formas de ser calculado, onde ambas chegarão ao mesmo resultado:
- Primeira Forma: a conta é feita a partir do que chamam de “ótica da oferta”. Ou seja, é só somar tudo o que se produz. Aqui, entram os resultados dos setores de agropecuária, indústria e serviços — o que soma 12 índices diferentes, entre eles, o Balanço de Pagamentos do Banco Central, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF).
- Segunda Forma: parte da visão de demanda. Dessa forma, é feita uma soma de tudo o que se gastou no país — considerando consumo de famílias, consumo do governo, e investimentos estatais e privados. De maneira bem simplificada, essa seria a fórmula:
PIB = gastos das empresas do setor privado + investimentos + gastos dos governos e empresas públicas + (exportações – importações)
Tipos de PIB
- PIB per capita: é a divisão do valor total do PIB pelo número de habitantes no país. Considera como se a distribuição fosse feita em partes iguais, por isso, não é um indicador real de qualidade de vida — o IDH se propõe a fazer isso de uma forma mais complexa;
- PIB nominal: é calculado a partir dos preços e valores de determinado produto ou serviço no momento em que eles foram produzidos;
- PIB real: mede o volume físico de um produto ou serviço, o que significa que ele desconsidera a inflação nessa conta.
Vamos entender melhor agora as diferenças entre o nominal:
Adotando a ideia que PIB Brasileiro alcançou, hipoteticamente, R$ 3 Trilhões em um ano. No ano seguinte, a atividade econômica, se manteve constante, porém os preços receberam um aumento de 60%.
O PIB nominal levaria em consideração esse aumento e indicaria o total de R$ 4,8 trilhões. Já o normal se manteria constante, referindo-se somente à atividade econômica.
Por que é importante o cálculo do PIB?
- Ele nos ajuda a avaliar o desempenho do país e entender a variação de produtividade;
- Torna possível compararmos a economia de diversos países;
- Aponta o caminho que a economia está seguindo, tendo impacto direto na rentabilidade de investimentos, por exemplo.
Influência do PIB nos investimentos
Com base no que já explicamos no início, os momentos de crescimento do PIB, apontam maior fluxo de atividade econômica. Em períodos assim, os investimentos em renda variável, mais predominantemente no setor produtivo, costumam ser mais rentáveis.
Porém, este fato isolado não é o único que importa. Precisamos mensurar se esse crescimento foi acompanhado de inflação. Em caso isso ocorra, o Banco Central desencadeia o uso de juros para conter o aumento de preços. Isso é feito com base na taxa Selic.
Ela não impacta somente nos juros oferecidos a empresas e consumidores, mas também na regulação de investimentos. Então, quando os juros são usados para desaquecer a produção e o consumo, investimentos de renda fixa podem se tornar mais favoráveis.
Ver comentários (2)
Assunto relevante; bem explicado.
Vale a pena ler, para compreender.
Fabiano sempre trazendo temas interessantes. Parabéns Fabiano