“Por um triz. E esse triz é que tem irritado a esquerda cearense, a qual se esbaldou e tentou por todos os meios alcançar melhor resultado nas urnas”, aponta o jornalista e poeta Barros Alves.
Confira:
É de todos conhecida a deficiência intelectual da esquerda brasileira. Essa constatação chega até à Academia, onde personalidades tidas e havidas como cabeças pensantes que militam no campo político-ideológico marxista (ou pseudo-marxista) preferem usar o ânus como instrumento de combate da guerra cultural do que o cérebro. Atitudes menos escrachadas, mas também menos inteligentes temos observado em intervenções públicas de lideranças políticas da esquerda, em especial de parlamentares, desde o Congresso Nacional aos Parlamentos das unidades federativas.
Por pertinente, detenho-me no pronunciamento destemperado do líder do Partido dos Trabalhadores na Assembleia Legislativa do Ceará, deputado De Assis Diniz, que assomou à tribuna da Casa na primeira sessão ordinária depois das eleições municipais para uma fala radical e despropositada. Em linguagem agressiva, raivosa, o deputado desancou a militância de direita, acoimando-a generalizada e irresponsavelmente de antidemocrata, defensora da morte, da ditadura e da tortura. O deputado verbalizou em poucos segundos um rosário de desatinos em um ambiente propício ao debate sério, inteligente, equilibrado. Não a fanfarronices mais apropriadas aos palanques eleitorais, onde assomam emoções e sobram verborragias estéreis. Ao que parece, o líder do PT não se conformou com o pífio resultado obtido nas urnas, apesar dos tremendos esforços realizados pelas lideranças maiores do partido dele e aliados. Na verdade, o pronunciamento do líder petista estaria melhor posto na boca dos parlamentares que não lograram êxito no pleito eleitoral em Fortaleza. Por um triz. E esse triz é que tem irritado a esquerda cearense, a qual se esbaldou e tentou por todos os meios alcançar melhor resultado nas urnas. Em vão! Menos de um por cento de maioria não configura vitória, mas empate. A rigor, politicamente a vitória está com a oposição.
As lideranças esquerdistas do nosso Estado apresentam, como dito, uma grande defasagem intelectual. Por agora, sugiro a leitura de clássica obra revolucionária escrita pelo “capo tutti capi” do socialismo, Vladímir Ilitch Ulianov, o nosso conhecidíssimo Lenin. Trata-se do livro ESQUERDISMO, DOENÇA INFANTIL DO COMUNISMO, obra fundamental para entender teoria e prática socialistas. Escrito em 1920, o tema principal do livro é a crítica de Lenin ao esquerdismo, uma tendência política que ele considerava como uma doença infantil do comunismo. Lenin argumentou que essa abordagem era perigosa e prejudicial à luta revolucionária, posto que rejeitava a necessidade de uma estratégia pragmática e flexível; negava a importância da aliança com outras forças políticas; priorizava uma ingênua “pureza ideológica” em detrimento da ação prática. O experiente timoneiro, ao contrário dos porra-loucas da esquerdalha nacional, defendia que o processo em busca do socialismo deveria maturar e superar essas tendências esquerdistas, para alcançar o sucesso revolucionário. Enfim, urge que as lideranças esquerdistas no Parlamento cearense adotem um comportamento político consentâneo com a orientação leninista e não se pautem pelas destrambelhadas falas de um presidente analfabeto, decrépito, que assentado na fortuna, segundo o conceito maquiavélico do vocábulo, esquece que o esquerdismo é, de fato, uma doença mortal.
Barros Alves é jornalista e poeta