Com o título “Estilo… simples assim”, eis crônica de Totonho Laprovítera, arquiteto, escritor e artista plástico. “A felicidade é um dos maiores propósitos da vida, e a arte
certamente exerce um papel essencial em nos ajudar a alcançá-la”, expõe o articulista.
Confira:
“O estilo é uma dificuldade de expressão.” (Mario Quintana)
Durante toda a vida, a arte está presente em tudo o que faço. Acredito que todos nascem artistas, mas poucos teimam em permanecer sendo. Pensando nisso, insisto em dizer que fazer arte nã o é privilégio exclusivo dos artistas, propriamente ditos. Pelo menos, creio, não deveria ser. Pensemos: se cada um colocar uma pitada de arte em seu ofício, seja ele qual for, no mínimo teremos um mundo mais bonito, concordam? Agora, falando sobre a minha arte de desenhar e pintar, já me perguntaram qual era o meu estilo. Sobre isso, deixo a resposta para os estudiosos e críticos de plantão, caso se interessem. Como disse Millôr Fernandes sobre si mesmo: “Enfim,
um escritor sem estilo.” Brincando, eu poderia dizer quase o mesmo sobre mim: “Enfim, um artista sem estilo.”
Pois bem, diante de um papel ou uma tela em branco, permito-me a entrega à minha estoica e intuitiva linguagem artística. Deixo-me levar para onde a vida navegar pelos mistérios dos universos. De quando em vez, gosto de pesquisar temas, florear causos e criar lendas, com as imperfeições que me tornam um artista em constante busca de aprendizado e conhecimento. Gosto de conceituar o que produzo, mesmo depois de tê-lo feito. Entrego-me à arte como um filho que se sente acolhido e protegido pela mãe.
Se preciso da minha infância para enfrentar a vida, devo à arte muitas conquistas que me fazem feliz. A felicidade é um dos maiores propó sitos da vida, e a arte certamente exerce um papel essencial em nos ajudar a alcançá-la. Ela nos harmoniza com nossas emoçõ es mais intensas, permite-nos expressar quem somos e nos traz um sentido de realizaçã o e propósito. É maravilhoso poder encontrar a felicidade através da arte e compartilhá-la com os outros.
Mas, afinal, qual é a importância de um artista seguir um estilo? Bem, essa importância pode ser resumida em várias razões: ajuda na identidade artística; cria uma narrativa visual coesa; aumenta a visibilidade; explora técnicas e temas específicos; e desafia a busca por novas formas de expressão. No entanto, não há uma regra rígida sobre seguir um estilo. Alguns preferem experimentar diferentes estilos ao longo de suas carreiras, o que também pode ser uma abordagem válida e enriquecedora. O mais importante é que o artista siga sua pró pria alma, seja qual for o estilo.
Quanto a mim, bem, quero continuar na liberdade de transitar por diversos estilos, sem me prender a nenhum em particular, o que estimula bastante a criatividade. Assim, sigo minha intuição e faço arte da maneira que me traz mais satisfação e realização. Simples assim.
*Totonho Laprovítera
Arquiteto, escritor e artista plástico.