“A segurança pública não pode ser tratada apenas como uma questão de força bruta, mas sim como um desafio que exige inteligência, coordenação e visão estratégica”, aponta o ex-superintendente da Polícia Civil do Ceará, César Wagner
Confira:
Os alarmantes números de homicídios registrados no Ceará em 2024 (3.272), com uma taxa de 35,44 mortes por 100 mil habitantes – a segunda maior do país, perdendo apenas para Pernambuco (3.402, 35,66 por 100 mil habitantes) – evidenciam a gravidade da crise de segurança pública no Estado. Fortaleza – terceira colocação – Caucaia e Maracanaú figuram entre os municípios mais violentos do País, destacando a urgência de medidas efetivas para conter a escalada de crimes violentos letais intencionais (CVLIs).
Tradicionalmente, o aumento do efetivo policial, a melhoria nas condições materiais e a expansão da estrutura física de segurança foram tratados como pilares fundamentais para enfrentar a criminalidade. No entanto, esses fatores, embora indispensáveis, não são suficientes para enfrentar um problema tão complexo. O cenário atual reforça a necessidade de priorizar estratégia e planejamento como elementos centrais na política de segurança pública.
A análise detalhada dos dados, o mapeamento de territórios mais vulneráveis e a alocação inteligente de recursos são passos cruciais para tornar uma ação policial mais eficaz. Além disso, programas preventivos, como a mediação de conflitos, intervenções sociais em áreas de risco e o fortalecimento de políticas públicas externas à educação e geração de emprego, precisam ser integrados ao combate à violência.
A segurança pública não pode ser tratada apenas como uma questão de força bruta, mas sim como um desafio que exige inteligência, coordenação e visão estratégica. Apenas com planejamento eficaz será possível superar os tristes registros de violência e devolver ao Ceará a paz que sua população tanto merece.
César Wagner é ex-superintendente da Polícia Civil do Ceará, ex-coordenador-geral da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (CIOPS), ex-diretor do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM), ex-diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI) e ex-delegado Titular da Delegacia de Combate ao Narcotráfico. Ex-secretário de Segurança de Aracati. Formado em Direito (Unifor) e especialista em Direito Processual Penal (Unifor). Comunicador, radialista, palestrante e consultor de empresas na área de prevenção de comportamentos irregulares