Vinte tipos de grãos de cafés especiais com harmonizações da autêntica culinária libanesa. A primeira edição do Coffee Tasting da Chacra Cafeteria reuniu dezenas de apreciadores da bebida mais consumida do mundo. Conversamos com os participantes e com os organizadores do evento.
“Uma cafeteria de verdade é aquela que se importa com o café servido. Costumo dizer que é bem mais que um lugar bonito pra tirar foto e comer um croissant. Nunca tínhamos feito essa proposta de expor vinte grãos para degustação livre. Realmente nos inspiramos nos eventos com vinho. Aqui temos até café nota nove pronto para ser degustado. Café brasileiro que é vendido com sucesso no exterior pode ser provado aqui em Fortaleza com um preço justo”, explica Hicham Chacra, sócio da cafeteria.
A novidade agora é que a Chacra está com self service de almoço disponível de terça a domingo com culinária contemporânea. O valor é 59,90 o quilo com direto à sobremesa. A chef Isabela Chacra orgulha-se da trajetória da empresa. “Aqui sempre oferecemos tudo com fartura. O café combina com tudo, mas direcionamos as harmonizações com cuidado para as notas do café serem realçadas. O fruto do café é doce, não necessita de açúcar”, conta Isabela Chacra.
Para Tiago Aquino, médico, apreciador de café há sete anos, o melhor café foi o Geisha. Já Naira Taketomi, médica, diz que ama os filtrados. “Tento sempre conhecer mais grãos e estudar sobre. O meu preferido foi o Kênia, um microlote da marca Unique e que harmonizou bem com faláfel”, explica a participante da imersão do café.
Faláfel é um salgadinho originário do Oriente Médio que consiste em bolinhos fritos de grão-de-bico ou fava moída, normalmente misturados com condimentos como alho, cebolinha, salsa, coentro e cominho. Muitas vezes, são consumidos com homus (pasta de grão-de-bico), tahine (pasta de gergelim) e salada (tomate, pepino, cebola e alface).
Artur Moreira conta que começou tirando o açúcar do café. Depois que conheceu os cafés especiais, não demorou muito para comprar, em casa, uma prensa francesa, uma V60, um caminho sem volta. “Provar o café do pássaro Jacu é uma maravilhosa experiência”, conta o engenheiro mecânico.
Lívia Pinheiro escolheu como preferido do evento o Bourbon amarelo e o café turco com tâmara.
Di Pássaro é um dos cafés mais raros e exóticos do mundo, pois seu processo é diferente dos convencionais: os grãos são colhidos das fezes de um pássaro chamado Jacu, que come os melhores frutos do cafeeiro, aqueles sem defeitos e completamente maduros. Este café é originário de aves silvestres da Serra da Mantiqueira de Minas.
“Tomar café é um ritual. Ser apreciador de cafés especiais é quase um estilo de vida. Nessa experiência, o café do Sudão, pra mim, foi a joia do evento. Escolhi harmonizar com o quibe frito e ficou sensacional”, explica Victor Albuquerque.
Toni Bittar conta que a paixão pelo café nasceu da curiosidade, assim como o sentimento que ele tem hoje pelo vinho. “Sou adepto do bem e velho espresso, mas o café com notas de goiaba foi surpreendente. Tão bom quanto a experiência, pra mim, foi o papo com o barista. Para cada cem gramas de café, ele me explicou que são necessários quatro ataques de água. Vou testar em casa”, empolga-se Toni Bittar.
Eu e meu esposo, Julião Júnior,
fomos convidados para participar desta edição. Foi na Chacra que aprendi a apreciar as notas do café, algumas eu ainda não consigo identificar, mas finjo costume. Comprei um pacotinho “Raridades” porque só se vive uma vez (hahahaha) e concordo que, depois que conhecemos este mundo dos cafés especiais e nos familiarizamos com ataques, prensa francesa, v60 e bourbon, entramos em um caminho sem volta. Café com certeza, é melhor que muita gente.