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“EXPORCARO: a farra dos preços na EXPOCRATO 2025” – Por Leopoldo Martins Filho

Expocrarto é festa tradiconal do Cariri. Foto: Arquivo

Com o títilo “EXPORCARO: a farra dos preços na EXPOCRATO 2025”, eis artigo de Leopoldo Martins Filho, membro efetivo da Comissão Eleitoral da OAB/CE e consultor da Comissão Especial de Direito Eleitoral da OAB/Nacional.

Confira:

Se você achava que o maior show da Expocrato 2025 seria no palco principal, se enganou. O verdadeiro espetáculo está nos bares, quiosques e estandes. E não é show de forró nem de sertanejo — é o show de horrores dos preços abusivos. A galera entra para curtir a festa e sai precisando refinanciar a casa para pagar uma água com gás.

Vamos aos fatos, ou melhor, aos assaltos legalizados. No supermercado, uma Itaipava Premium 350 ml sai por R$ 3,79. Já na Expocrato, o mesmo líquido dourado virou praticamente um ouro engarrafado a R$ 10,00. A Pilsen, coitada, que custa R$ 2,50 nos mercadinhos da vida, virou item de luxo a R$ 8,00 no parque. E a versão sem álcool, que deveria ao menos aliviar o bolso de quem já está sóbrio, também chega a R$ 8,00 — ou seja, nem para ficar triste com dignidade.

Água, aquele bem básico que brota da serra e deveria ser acessível, também virou artigo de luxo. Uma garrafinha de 500 ml sem gás, que custa R$ 1,79 no supermercado, saiu por R$ 7,00 na Expocrato. Com gás? Também R$ 7,00. Se quiser economizar, é melhor deixar a sede para depois ou esperar a chuva.

O refrigerante? R$ 2,89 no supermercado; R$ 15,00 na Expocrato. Parece piada, mas não é: uma lata de refrigerante custa mais que um quilo de arroz. E se você for daqueles que gostam de uma energia extra, prepare-se: o TNT de 269 ml, que custa R$ 8,99 no comércio comum, chegou a absurdos R$ 15,00 no parque. Isso sim é energia de alto custo!

Agora, se o cidadão quis dar um upgrade e beber um destilado, melhor já vender o celular. O Johnnie Walker Red Label de 1 litro custa R$ 99,90 no supermercado. Na Expocrato, você
precisou desembolsar módicos R$ 280,00. Old Parr? De R$ 149,90 para R$ 380,00. Vodka Orloff, aquela que é a queridinha dos universitários, de R$ 27,99 voou para espantosos R$ 190,00. Isso
sem contar o gelo: 3 kg por R$ 15,00, quando no supermercado custa R$ 8,85. Está difícil até
para afogar as mágoas.

E a água de coco, que deveria ser um alento tropical? De R$ 6,99 foi para R$ 15,00. Ou seja: nem a natureza escapou da inflação do forró.

É preciso que o Ministério Público, os gestores da Expocrato e o Poder Público Municipal tomem providências urgentes para coibir, na próxima edição, esse verdadeiro escárnio. A festa é do povo, mas os
preços foram para magnatas. A sensação é de que o consumidor entrou no parque para se divertir e saiu vítima de um “cangaço capitalista” legalizado.

Festa boa é festa com alegria e preço justo. A Expocrato já é gigante por sua tradição e história — não precisa inflar o bolso dos comerciantes à custa do suor do povo. Afinal, o que é caro
demais, afasta. E o que afasta o povo, esvazia a alma da festa.*

*Leopoldo Martins Filho

Membro efetivo da Comissão Eleitoral da OAB/CE e consultor da Comissão Especial de Direito Eleitoral da OAB/Nacional.

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

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  • E o escárnio maior acontece com o dinheiro público que é usado para financiar a feira. Nesse ano, o governador Elmano gastou R$ 16,6 milhões com a Expocrato. Enquanto isso, saúde e educação caem pelas tabelas e não tem um dia que os trens do Metrofor não quebrem.

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