“Extrema-direita oferece o mote do indulto com uso da força para a eleição de 2026” – Por Luiz Henrique Campos

Com o título “Extrema-direita oferece o mote do indulto com uso da força para a eleição de 2026”, eis a coluna “Fora das 4 Linhas”, desta segunda-feira, assinada pelo jornalista Luiz Henrique Campos. O senador Flávio Bolsonaro afirma  que “o candidato apoiado pela extrema-direita nas eleições de 2026, precisa se comprometer a conceder um indulto presidencial ao pai, não descartando o “uso da força” para garantir o perdão de penas relacionadas à trama golpista”, expõe o colunista.

Confira:

O senador Flávio Bolsonaro, aquele da fantástica loja de chocolate, concedeu entrevista à Folha de São Paulo neste final de semana, destacando que o candidato apoiado pela extrema-direita nas eleições de 2026 precisa se comprometer a conceder um indulto presidencial ao pai, não descartando o “uso da força” para garantir o perdão de penas relacionadas à trama golpista. O filho mais velho do ex-presidente disse que o pai “não só vai querer apoiar alguém que banque a anistia ou o indulto, mas que seja cumprido”.

A entrevista é reveladora do principal mote que a extrema-direita vai utilizar na campanha presidencial de 2026, emparedando os potenciais postulantes ao cargo que pretendem contar com o espólio bolsonarista, já que o ex-presidente deve vir a ser condenado e preso ainda este ano. Vê-se, na fala do senador filho, que nada será mais importante para o país na campanha, do que a soltura do pai, relevando todos os problemas do Brasil a completa submissão aos intentos e desejos da mito família.

Ressalte-se ainda na entrevista, a expressão “uso da força”, que mais uma vez revela o instinto democrático de um grupo que se assume como dono de tudo, considerando-se imune às ameaças ao regime ou a inconstitucionalidade que essas ameaças venham a representar. Lembremos que o irmão, Eduardo Bolsonaro, também afirmou como pretendia fechar o Supremo Tribunal Federal (STF) antes do pai ganhar a eleição em 2018, mostrando como pensam e são capazes de agir.

Diante da senha colocada pelo mito senador, resta saber se a opinião pública irá aceitar previamente o indulto como proposta de campanha e o que terão a dizer os prováveis candidatos da extrema-direita, pois eventual perdão de penas será também passar uma borracha em tudo que o país viveu nos últimos anos, desde a tensa relação com os que não se alinham ao bolsonarismo (governadores, imprensa, judiciário, academia e outros), até os “malucos” apregoando suas teses de volta do AI e a intervenção militar.

O risco de tudo isso, é que caso eleito com a incumbência de aceitar as imposições da mito família, o futuro presidente com o apoio da extrema-direita, contaria com o completo beneplácito do eleitor a lhe dar carta branca para agir, como temos visto nos EUA com o trumpismo. E ai, caro eleitor, haja malucos e maluquices.