“Sarto foge das suas responsabilidades, desde o começa da gestão”, aponta o jornalista Nicolau Araújo. Confira:
Definitivamente, Sarto não está na esquina. Tivesse o prefeito de Fortaleza na esquina das ruas Antônio Pompeu com a Barão do Rio Branco, na manhã desta terça-feira, 23 de abril, por certo teria presenciado a fuga do ex-funcionário do Instituto Doutor José Frota, após assassinar a tiros um servidor terceirizado e depois decapitá-lo, no maior hospital de emergência da cidade.
Na versão “irresponsável” e “covarde” de Sarto, segundo adjetivou o governador Elmano, a Prefeitura de Fortaleza seria tão vítima quanto o funcionário que perdeu a vida no seu expediente de trabalho. Para o prefeito, a ação seria de facções criminosas, que teriam adentrado no maior equipamento público municipal por força de armas e acertado contas com outro “bandido”. Na visão torpe de Sarto, isso seria suficiente para tirar a responsabilidade do Município e jogar toda a culpa no Estado.
Mesmo após o Estado cumprir com o seu papel, quando a Polícia investigou e revelou que o assassino é ex-funcionário desligado há mais de um ano e estaria com ciúmes da vítima, diante de um provável caso extraconjugal, Sarto não aceita a falha no sistema de identificação em seu principal equipamento público, que mantém a livre entrada de ex-funcionários, como também não aceita a falha na segurança promovida pela sua Guarda Municipal, que não deteve um único homem que teve tempo de efetuar disparos e ainda decapitar a vítima, além de deixar o IJF em plena luz do dia.
O equipamento é da Prefeitura de Fortaleza, o sistema de identificação e liberação de pessoas é da Prefeitura de Fortaleza, a segurança realizada pela Guarda Municipal é da Prefeitura de Fortaleza, a vítima pertencia aos quadros da terceirização da Prefeitura de Fortaleza, a incompetência pela entrada e fuga do assassino é da Prefeitura de Fortaleza… mas a culpa disso tudo é do governador Elmano.
Sarto foge das suas responsabilidades, desde o começa da gestão, quando antes tentava emplacar o jargão “logo na minha vez (de prefeito)” as coisas ruins acontecem, como o rompimento de aliados e até a guerra da Ucrânia, quando buscou justificar o superfaturamento de obras, a exemplo da reforma da Praça Coração de Jesus, orçada na gestão Roberto Cláudio em R$ 8,3 milhões e concluída com investimento de R$ 14 milhões, além da requalificação da Lagoa da Messejana, com ordem de serviço lançada por Roberto Cláudio, um mês antes de encerrar a sua gestão, em R$ 4 milhões, e entregue pelo atual prefeito, neste mês, com investimento de R$ 15 milhões, apesar de projetos idênticos. E, agora, o prefeito passou a usar #VaiVerSeEuToNaEsquina para fugir das críticas à gestão.
Pela primeira vez, pela primeira vez, alguém é decapitado dentro do IJF. E isso nada teve a ver com a Segurança Pública do Estado do Ceará. Sarto viabilizou a entrada do autor de um crime passional e agora cobra a culpa de Elmano, ao invés de cobrar a prisão do assassino.
É a política abestalhada de Fortaleza, fazendo ponto na esquina…
Nicolau Araújo é formado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará, especialista em Marketing Político e com passagens pelo O POVO, DN e O Globo, além de assessorias no Senado, Governo do Estado, Prefeitura de Fortaleza, coordenador na Prefeitura de Maracanaú, coordenador na Câmara Municipal de Fortaleza e consultorias parlamentares. Também acumula títulos no xadrez estudantil, universitário e estadual de Rápido