Com o título “Febre da corrida de rua em Fortaleza vira fenômeno de massa”, eis a coluna “Fora das 4 Linhas”, assinada pelo jornalista Luiz Henrique Campos no Blogdoeliomar. “O reflexo dessa mudança de hábito do fortalezense é que as corridas oficiais realizadas aos finais de semana e feriados, extrapolaram na cidade o simples exercício físico e ganharam ares de entretenimento profissional”, expõe o colunista.
Confira:
Para quem não é acostumado, pode surpreender a grande presença de público e a dificuldade de estacionar na Beira Mar por volta das 5h30 da manhã. Todos os dias. O local virou espaço e símbolo privilegiado da prática de atividade física com destaque para a corrida de rua. Mas se esse ponto da cidade chama a atenção, trata-se de apenas mais um dos vários que em Fortaleza recebem de dia, ao final de tarde, ou à noite, adeptos da corrida.
Mais do que moda, a corrida de rua, não só na capital, mas em todo o estado, virou febre boa, no sentido de quem vivencia a experiência, poucos são os que não se sintam tocados pelo desejo de sempre correr mais. Isso faz com que a capital cearense seja conhecida como onde mais se pratica a atividade, segundo a Strava, comunidade digital de pessoas que praticam atividade física, que divulgou a pesquisa anual Year in Sport com base nos dados de seus 135 milhões de usuários de 190 países no final de 2024.
O reflexo dessa mudança de hábito do fortalezense é que as corridas oficiais realizadas aos finais de semana e feriados, extrapolaram na cidade o simples exercício físico e ganharam ares de entretenimento profissional. Do simples correr e ir para a casa, agora, as corridas oferecem atrações para se diferenciarem, como espaços vips ou outros gracejos midiáticos. Nesse aspecto, a música se encaixou perfeitamente e tem sido comum apresentações musicais pós-prova.
Na toada da música, desde os cearenses Transacionais e Marcus Lessa, passando por Bel Marques, se fizeram presentes e este ano ainda teremos uma corrida na cidade com direito a Zélia Duncan, que com sua irmã, decidiram
entrar na brincadeira e montar seu próprio circuito de corrida. Bel Marques, por sua vez, deve levar no ano que vem sua corrida para a região do Cariri.
E como vale tudo nesse mar aberto, quem correu ontem na 4ª Agecef, com apoio da Caixa Econômica Federal, teve direito ao cantor Waldonys descendo de paraquedas. O fato, é que as corridas no Ceará são realidade sem volta e as atrações extras agregam, mesmo que isso implique em aumento de preços, até porque, a corrida talvez seja hoje o esporte mais democrático no país, tanto no preço, nas atrações, e nos locais de sua prática cotidiana, pois, para correr, basta querer.
*Luiz Henrique Campos
Jornalista e titular da coluna “Fora das 4 Linhas”, do Blogdoeliomar.