Com o título “Feliz Circunstãncia: Precisamos Falar do Ceará”, eis artigo de Arnaldo Santos, jornalista e sociólogo. Ele aborda livro editado pelo Blog Segunda Opinião, que tem à frente o professor Osvaldo Araújo.
Confira:
Em meio à profusão de quefazeres, felizmente, ainda partes da minha vida profissional desde que chegado do Juazeiro do Norte, deparei, com desdobrado contentamento, a oportunidade de proceder à leitura de 29 textos reunidos sob o título de “Precisamos Falar do Ceará”, editados em e-book pelo blog Segunda Opinião, assinado pelo conhecido e não menos celebrado intelectual Osvaldo Euclides de Araújo.
Subscritor de múltiplos escritos periodísticos, históricos, científicos, literários etc., é, decerto, dispensável – por ser também descabido – apresentar este economista, administrador de empresas e docente acadêmico ao universo receptor de leituras cearense, o qual há muitos anos labora no intento de clarear, por via da comunicação veraz e de qualidade, o espírito dos seus consulentes, ávidos por novidades que lhes ensejem se exprimir como pessoas bem situadas sob o prisma do estado da arte informacional.
Assim ocorre em razão da sua exuberância produtiva ao largo de tanto tempo, ao privilegiar temas de ampliada relevância nos vários terrenos de interesse público, notadamente na seara da Ciência Política, no âmbito da Sociologia e das Ciências Econômicas e Administrativas do nosso Ceará, bem assim sob variadas matérias de amplo proveito do bom leitor, em particular, no que respeita ao desenvolvimento social dos nossos coestaduanos.
A manifestação deste bom juízo opinativo, é claro, não deixaria de guardar relação com o contato, funcional e amistoso, que mantenho de há muito com Osvaldo Euclides de Araújo, escritor de nomeada nacional, quanto tive o ensejo de trabalhar com ele e o Prof. Dr. Francisco Auto Filho, época em que os dois integravam a equipe do jornal O Povo, enquanto que eu escrevia para o mesmo periódico como articulista colaborador. Tal se deu em ocasiões já meio recuadas, oportunidade em que, ultrapassando o exercício das incumbências jornalísticas, de teor profissional, sustentávamos, por via de valores pessoais, um vínculo de amizade até agora vivo e sólido.
Evidentemente, entretanto, não é apenas este o argumento, pois significa mero pretexto inicial esta intimidade da qual me vanglorio, que me conduz a julgar como de soberba importância todos os bens deste produtor a mancheias, os quais dignificam o recheio literário cearense, tanto em livros como em ensaios esparsos, constantemente alusivos à melhoria e à consolidação da personalidade e enriquecimento cultural dos leitores, aliás, o motivo condutor principal da boa literatura.
Eis que agora e em respeito aos que vão se deliciar com esta produção, sem subtrair nenhum retalho dos comentários de Osvaldo Araújo, a mim é cabível, tão só e para não restringir a fome ledora dos consultores, atestar, como apreciador obstinado de seus bens escritórios, desde nossa mencionada relação no diário O Povo, a qualidade inexcedível de Precisamos Falar do Ceará, para mim sua obra magna, expressa em português escorreito, claro e correto, por isso legível pelo seu contingente observador de qualquer classe, fato representativo da invejável habilidade produtora do Autor de Democracia e Qualidade do Serviço Público(Lisboa, 2021) e de várias e alentadas edições.
O livro sob comentário envolve, como adiantei, quase três dezenas de capítulos relativos diretamente ao Ceará, como os excertos “Porto de Pecém: um Colosso de Investimentos (e alguns segredos)”, “Reforma Agrária como Estratégia de Desenvolvimento” e os “Bastidores da Elite”, privilegiando 60 anos da história cearense, razão por que conforma uma edição de exegese absolutamente necessária para quem intentar desenvolver qualquer experimento real e verdadeiro respeitante ao maravilhoso enredo histórico desde Estado, porém, contraditoriamente, recheado de indecorosos deslizes.
Na qualidade de apreciador das letras de Osvaldo de Araújo e haja vista o seu alteado conteúdo e distinto continente estilístico, recomendo sua leitura, pois indescartável para auxiliar na constituição do argumento cearense à extensão da História.
*Arnaldo Santos
Jornalista, sociólogo, doutor em Ciencia Política, pela Universidade Nova de Lisboa. É pesquisador do Laboratório de Estudos da Pobreza – LEP/CAEN/UFC, e do Observatório do Federalismo Brasileiro. Como sociólogo e pesquisador da história política do Ceará, publicou vários livros na área de política, e de economia, dentre eles – Mudancismo e Social Democracia – Impeachment, Ascenção e Queda de um Presidente – sobre o ex-Presidente Collor, em 2010, pela Cia. do Livro. – Micro Crédito e Desenvolvimento Regional, – BNB – 60 Anos de Desenvolvimento – Esses dois últimos, em co-autoria com Francisco Goes. É membro da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo – ACLJ e da Sociedade Internacional de História do século XVIII com sede em Lisboa.