Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Festa da resistência à maldade de gente boa e da bondade da pessoa ruim – Por Luiz Henrique Campos

Tudo agora é Carnaval! Foto: Arquivo

O clima de Carnaval começa a tomar conta das cidades brasileiras e nos próximos dias o povo estará na rua em mais um período de espontaneidade criativa como forma de resistência. Resistência que se mostra principalmente na festa de rua em eventos gratuitos, independente de classe social. Pesquisa do Instituto Locomotivo e QuestionPro divulgada nessa quarta-feira (26/2), revelou que seis em dez entrevistados (56%) disseram que pretendem ir exclusivamente a eventos gratuitos. A escolha está presente em todas as classes, sendo destaque nas classes C (62%) e D/E (68%). Nas classes A e B, a taxa é de 40%.

A principal atração procurada pelos foliões, segundo o levantamento, são os blocos de rua gratuitos (59%), na sequência estão os shows de rua (34%) e trios elétricos (29%). Dos entrevistados, 28% disseram que vão festejar em blocos pagos, e 27% vão comemorar na casa de amigos e familiares. Constata-se, portanto, que é a celebração mais democrática entre os brasileiros, onde cultura e economia se unem em favor das maiores expressões populares desse continente chamado Brasil.

Em um período de nossa história no qual os homens com caras de maus governam pelo medo, impondo suas leis como se fossem xerifes do mundo, ou patriotas e mercadores da fé vendem ilusões em nome de uma falsa salvação, o Carnaval, mesmo que uns não queiram, ainda subverte a lógica por meio do lúdico, rasgando a máscara da hipocrisia que teima, metodicamente, em dominar e subjugar os que apenas querem ter e levar um pouco de felicidade aos seus.

O Carnaval é resistência porque usa a espontaneidade como catalisador psíquico, capacitando o sujeito a agir com a sua potencialidade criativa, lembrando o psicólogo e dramaturgo romeno-judeu Levy Moreno. É, em essência, a revolução criadora em uma batalha constante que se empreende contra o mau uso das conservas culturais. É no Carnaval, peço licença a Chico César, onde pedimos a Deus que nos proteja da maldade de gente boa, da bondade da pessoa ruim, que nos ilumine e guarde, ilumine e zele assim.

Amém e bom Carnaval.

*Luiz Henrique Campos, o “lâmina fina da crítica”

Jornalista e titular da coluna “Fora das 4 Linhas”.

COMPARTILHE:
Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram
Email

Uma resposta

Mais Notícias